A incapacidade gerada pela dor na região lombar: derrubando mitos e enxergando um bom prognóstico.

por Gigi em 4 de outubro de 2016
Ramon de Oliveira Scatolin

Fisioterapeuta (CREFITO: 214759-F)

As lombalgias são hoje uma das condições com maior incidência de incapacidade e afastamento do trabalho no país além de uma das causas de maior procura nos ambulatórios, cerca de 80% da população mundial já teve, vai ter ou tem enquanto você lê este texto e o mais surpreendente é que na maioria dos casos (85%) ela é de origem inespecífica, isso mesmo, não se sabe ao certo o que causa está dor. Isso porque a lombalgia é multifatorial, nem sempre ter uma hérnia de disco representa ter dor, muito menos à famosa escoliose. Lembrando que o quadro de dor lombar inespecífica não é algo grave, por isso deve ser encarado exatamente assim, com um ótimo prognóstico para a cura.


Fatores mecânicos, como nossa postura de sentar, deitar, andar podem sim influenciar nesse quadro, porém, a ciência vem mostrando que existem outras influências como fumar, o estresse, a ansiedade, noites mal dormidas, falta de atividade física entre outros. Um grande mito que está sendo derrubado é que o repouso melhora a dor lombar, a tendência inclusive é até que a dor pode melhorar em torno de quatro semanas sem nenhuma intervenção, mas a procura de um profissional logo no início dos sintomas (menos de 30 dias) favorece a melhora precoce e a prevenção do retorno das dores. Entretanto ela costuma vir à tona novamente em menos de um ano e oferece o risco de se tornar um quadro crônico o que acontece com 60% da população idosa que tem o quadro de dor na lombar e na cervical, por isso nada de ficar parado, procure um profissional capacitado para que a atividade seja aplicada de forma gradual e ajude na reabilitação ao invés de atrapalhar, lembrando que o fisioterapeuta pode sim ser procurado no primeiro momento, sem necessidade de nenhum encaminhamento.


Alguns sintomas específicos devem ser observados como: histórico de câncer, perda de peso recente sem nenhum motivo aparente, acidentes com trauma, febre, perda de força nas pernas, sangue na urina ou nas fezes e o uso prolongado de corticosteroides. Em caso de alguns destes sintomas o fisioterapeuta deve encaminhar o paciente para uma consulta médica.


Os estudos realizados sobre o tema demonstraram que o tratamento conservador é igual e em algumas vezes melhor do que a cirurgia num espaço de médio à longo prazo apenas 5% dos casos acabam sendo cirúrgicos. E saiba e entenda, o fisioterapeuta pode ajudar e orientar, porém o paciente tem que ter a real consciência de que ele faz parte de grande do tratamento, ou seja, sendo ativo e fazendo parte da própria reabilitação. Os tratamentos em que o paciente apenas deita na maca e é tratado de modo passivo tem um resultado pouco satisfatório. Então relembrando:


Procure um profissional com menos de trinta dias ao sentir o incomodo na região lombar, tenha boas noites de sono, evite ansiedade e estresse, evite fumar, mantenha-se ativo dentro do limite da sua dor e lembre-se nem sempre os exames de imagem mostram aquilo que está lhe causando dor e esse quadro não é grave.


Assistam o vídeo abaixo:


https://www.youtube.com/watch?v=gq01VgteEqg


Vejam também estes slides educativos para dor crônica:


http://www.retrainpain.org/lessons#anchor-link-PORTUGUES


Participe também, deixe sua opinião, sugestão e críticas.


Até a próxima.







Referências:

Jorge, M.S.G; Zanin, C; Knob, B; Wibelinger, L.M. Intervenção fisioterapêutica no impacto da dor lombar crônica em idosos, São Paulo.

Foto por: Salvador Altimir

Ramon de Oliveira Scatolin

Fisioterapeuta (CREFITO: 214759-F)

Graduado em Fisioterapia pela Universidade de Araraquara - UNIARA. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de São Paulo - USP através do Programa de pós graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional (PPGRDF) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - FMRP. Diretor clínico do Instituto Trata - Joelho e Quadril na cidade de Ribeirão Preto - SP e Professor da pós-graduação  em Fisioterapia Ortopédica e Esportiva da Faculdade Inspirar do Instituto IPOG.



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