A música está presente desde os primórdios da humanidade, acredita-se que já existia desde o período pré-histórico como caráter religioso, ritualístico, em agradecimento aos deuses, pedidos de proteção entre outros.
A origem da música data de 1500 a.C, a palavra música vem do grego mousikê, que significa “arte das musas”, porém são dados históricos aproximados, sua real origem ainda não é muito clara para os historiadores.
A música esteve presente em várias culturas, o desenho encontrado em cavernas retratando um tipo de dança nos deixa crer que a música já era usada na pré-história tem relatos de uso de música nas passagens bíblicas, os antigos egípcios usavam música em rituais de passagem espiritual, guerras e cura. Mesmo os Maias, Incas e Astecas deixaram pistas sobre o uso de música em suas civilizações.
A música como cuidado, também vem desde os tempos mais remotos da história da humanidade, sabe-se que tribos indígenas da África há séculos vem usando música para curar seus doentes, mesmo que de uma maneira empírica sem conhecimentos científicos, ligados a uma espiritualidade, como os índios da América, há relatos de terapias no cuidado de doentes usando música e seus elementos constituintes em quase todas as civilizações antigas.
A prática e sistematização da musicoterapia ocorreram após a 2ª Guerra Mundial, a música então passou a ser vista como ciência abrangendo inúmeros campos, essa abordagem recebeu a contribuição de médicos e cientistas ligados à neurologia, além, claro de profissionais músicos que viram na música uma esperança a mais para auxílio no tratamento de inúmeras doenças.
Em doenças como Parkinson, Alzheimer e Huntington estas células que manteriam estas luzes vermelhas e verdes “acesas” morrem. A observação pode, desta forma, ajudar a explicar por que é que as pessoas que sofrem destas doenças degenerativas do sistema nervoso apresentam muitas vezes dificuldades na aprendizagem de ações sequenciais e na execução de tarefas.
Notou-se que a sinalização do início e término de uma atividade desenvolve-se durante a aprendizagem e uma interferência genética que conduz à inativação destes sinais impossibilita a aprendizagem de novas ações. Estes resultados permitem-nos avançar hipóteses sobre um possível mecanismo que explica por que os pacientes com Parkinson, Alzheimer e Huntington, que perderam neurônios nessas áreas cerebrais de sinalização, têm dificuldades de aprendizagem e execução de tarefas consideradas simples e do cotidiano humano.
Já se sabe através de estudos que a música exerce um benefício no cérebro, mas o que esse trabalho quer discutir é, porque não usamos música no dia a dia do paciente e por toda a equipe multiprofissional?
Durante a atividade, observa-se atividade das nossas células. Imagine “luzes” que se acendem e fazem com que outras se apaguem.
O número de células dedicadas ao início e ao fim da ação aumenta de forma significativa. Num prazo de duas semanas, o número de células dedicadas a esta função de iniciar ou terminar a ação, aumentou de cinco para cerca de 30 por cento. Isso não significa que com a repetição da tarefa tenham nascido células novas.
Algumas destas células que passaram a desempenhar esta função nas “luzes” estavam dedicadas ao desempenho da ação, sem que fossem ativadas para o início ou fim, ou, simplesmente, encontravam-se no local sem serem convocadas para a tarefa de tocar “piano”. Por outro lado, o treino também permite que a tarefa fique automatizada, o que pode explicar como o cérebro “dispensou” algumas das células envolvidas na sua execução, transferindo-as para a função de iniciar e terminar a ação.
A música na enfermagem teve como marco Florence Nighitingale, que evidenciou em suas notas, o poder da música na recuperação de doentes, incluindo doentes em estado grave. Florence usou sons contínuos de instrumentos de sopro nos cuidados dos soldados da guerra da Criméia, e percebeu que os feridos que eram expostos aos sons musicais tinham um quadro de melhora significativa, diferentemente dos soldados que não eram expostos à música.
Outras enfermeiras ao longo da história incorporaram a música nos seus planos de cuidados de enfermagem, com ênfase a enfermeira Isa Maud Ilsen, que fundou a Associação Nacional Para Música nos Hospitais.
Desde então a utilização de música pela enfermagem está presente em diferentes atos de cuidar, nas clínicas e hospitais, UTIs, pediatria, saúde mental e geriátrica, emergências entre outros.
Embora o profissional enfermeiro seja respaldado pelo CIPE- Classificação internacional para a prática de enfermagem, e vale pontuar que a música está presente no CIPE, para utilizar-se de música é necessário aprofundar seus conhecimentos na área, considerando que nem sempre em seu processo de formação os princípios básicos de utilização de música nem sempre são abordados como deveriam, é importante a esse profissional desenvolver as competências para a utilização desse recurso, sempre em conjunto com um profissional musicoterapeuta, por exemplo.
Como sabemos a assistência de enfermagem é baseada em evidências, desta forma, para usar música nos seus planos de cuidados é fundamental que o profissional enfermeiro saiba reconhecer os resultados produzidos pela ciência para posteriormente incorporar de uma forma criteriosa a utilização de música nas intervenções de enfermagem.
Cabe ao profissional enfermeiro buscar conhecimento para aplicar em suas intervenções de enfermagem o uso de musicoterapia no dia a dia. Incluir essa atividade na assistência de enfermagem sempre com o auxílio da equipe multiprofissional, incluindo um musicoterapeuta.
Na sua ILPI ou Casa de Repouso, tem na rotina dos idosos a musicalização?
Imagem por: Freepik
REFERÊNCIAS
Livros:
NIGHTIGALE, Florence. Notas de enfermagem. 12ª edição. Cidade: Rio de Janeiro Ed Cortez, 1989.
RANGEL, VALCIR A influência da música no corpo humano. Pág. 3, 4 e 5.
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Artigo de revista:
COSTA, RUI. JIN, XIN. CEREBRO MUSICAL: ECOCAÇÃO DE IMAGENS E CORES ATRAVÉS DO SOM. NATURE. 2013.
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