Boca seca acima dos 50 anos é normal?

por Gigi em 19 de agosto de 2016
Daniel Bellenzani Mathias

Cirurgião Dentista (CROSP: 93601)

Xerostomia ou boca seca é a perda da capacidade das glândulas salivares de produzirem saliva em níveis normais. A saliva é um componente essencial para a manutenção da saúde bucal, ela auxilia na limpeza, lubrificação da boca, proteção dos dentes e tem um papel fundamental na mastigação e deglutição.


Grande parte das pessoas acima de 50 anos, um em cada quatro, sofre algum tipo de alteração do fluxo salivar. Apesar das pessoas relacionarem a diminuição do fluxo salivar com o envelhecimento, ou seja, considerarem a boca seca como uma consequência natural do aumento da idade, na verdade ela tem sido relacionada principalmente com o uso de medicamentos, que ao longo do tempo resultam na diminuição da saliva.


Causas da boca seca em idosos


Alguns medicamentos usados frequentemente pela população mais idosa, como por exemplo, para tratamento de depressão, pressão alta, artrite, entre outros, têm como efeito colateral a diminuição do fluxo salivar, que com o passar dos anos pode parar por completo.


Com o avanço da idade, naturalmente, os dentes se desgastam e a gengiva e a mucosa oral podem ficar mais finas e suscetíveis a problemas. Se existir ausência ou diminuição do fluxo salivar as chances de problemas como cáries, inflamação da gengiva e infecções por fungos aumentam consideravelmente, podendo levar a perda de dentes e lesões na mucosa.


Devido à carência salivar, a nutrição pode vir a sofrer alterações significativas ocasionadas pela dificuldade de mastigação e deglutição e pessoas com xerostomia que usam próteses têm um fator agravante, pois estão mais suscetíveis ao aparecimento de lesões por falta de lubrificação e por fungos, além da perda de estabilidade da prótese.


Tratamento da boca seca em idosos


O tratamento da xerostomia consiste principalmente no alívio dos sintomas, visto que após a atrofia das glândulas salivares a reversão é mais difícil. O uso de salivas artificiais durante todo o dia, pastas específicas, medicamentos e exercícios que estimulam a salivação, melhoram o conforto e diminuem as consequências da falta de saliva.


Pessoas que sofrem com a xerostomia devem ter cuidados redobrados e visitar o dentista com mais frequência para tratar, acompanhar e prevenir problemas maiores.


Participe também, deixe sua opinião, sugestão e críticas.


Até a próxima.




Referências


Neville WB, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. Patologia Oral  & Maxilofacial.  Segunda Edição, 2004; Cap.11.
Imagem por: Freepik



Daniel Bellenzani Mathias

Cirurgião Dentista (CROSP: 93601)

Graduado em Odontologia pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP - Campus de Araraquara. Especialista em Implantodontia pela APCD Araraquara/SP.  Atua em Consultório Particular desde 2008.



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