Durante as visitas da comunidade em meu local de trabalho, já fui questionada inúmeras vezes se algum dia eu “colocaria” meus pais em um abrigo de idosos. E minha resposta sempre foi negativa, na qual acompanhava a justificava que “o problema não é o tratamento que teriam aqui, porque sei da eficiência e qualidade de atendimento da instituição. Mas sim, pelo significado que possuem em minha vida, pela presença no dia a dia e por todo o aprendizado que obtive com eles, não poderia dar a eles a opção de não serem cuidados por mim ou em casa” (sic). E ao concluir essa fala, sempre recebo um aceno positivo com a cabeça.
No Lar encontramos diversas histórias de vida, diversos motivos que levaram aqueles idosos ao acolhimento institucional e como uma boa assistente social (detalhista em relação ao conhecimento da realidade social vivenciada pelo usuário de seu serviço), eu não poderia deixar passar este assunto em branco.
O processo de envelhecimento, por natureza, provoca uma mudança biopsicossocial significativa na realidade vivenciada anteriormente. É esta a fase da aposentadoria, onde os idosos deixam de ser produtivos e permanecem dentro de suas casas; também é neste processo que muitos passam pelo luto e precisam reaprender a seguir em frente sem seu companheiro de uma vida inteira (na maioria das vezes); e ainda, conforme a idade avança, gera a situação de dependência, onde o idoso necessita de maior atenção e cuidados especiais dos filhos/família, sendo este ultimo um dos maiores motivos da institucionalização.
Durante a entrevista para análise da necessidade de acolhimento, os responsáveis (na maioria, filhos/as) relatam que seu casamento está no limite pois a mãe e a esposa possuem uma relação conturbada. Há criticas sobre ouvir som alto, há criticas sobre comida, há criticas sobre como educar filhos/netos, e por fim, também surge a fala: “ela (ele) dá muito trabalho.” Mas, e toda a história que essa família já viveu antes desse idoso se tornar dependente? Antes dele dar muito trabalho?
É fato que algumas pessoas na sua juventude não vivenciaram um relacionamento saudável entre pais e filhos, e sabemos que não é fácil se relacionar com uma pessoa idosa, mas também é de nosso conhecimento que a institucionalização é uma ação muito invasiva a vida de qualquer pessoa, uma vez que ela provoca a perda da individualidade para viver sob cuidados de pessoas desconhecidas, conviver com outras tantas pessoas desconhecidas e tendo rotinas diárias com regras coletivas.
Imagine um idoso que já possui um passado de, no mínimo, 60 anos com suas próprias regras, manias, costumes, ter que se adaptar a esse mundo totalmente novo?
É claro que o profissional capacitado saberá distinguir os casos que apresentam real necessidade de acolhimento institucional, e ainda os que a família precisa apenas de uma orientação e mediação para visualizar a melhor saída.
E você, o que pensa sobre este assunto?
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Até a próxima!
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