Dia internacional da Mulher (Saúde em primeiro lugar)

por Gigi em 8 de março de 2017
Rita Cassia Ismail

Enfermeira (COREN: 0148972)

“Mulher, símbolo de sensibilidade. És a glória do homem, fonte terna de amizade, pérola de inestimável valor. Âncora férril da imaginação, manancial profundo de amor. Alma misteriosa, tens inexplicável poder. Poder de conciliar trabalho, emoção, lar. Mestra na arte de amar, tens especialmente um dia escolhido para te homenagear.”
Leonor Alves

No dia 8 de março, comemoramos o dia internacional da mulher e, este deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países”, explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinas (Unicamp).

A participação da mulher no mercado de trabalho trouxe mudanças na condição feminina e fez com que muitas mulheres começassem a sofrer com problemas de saúde até então pouco comuns a elas. Entretanto, essa inserção crescente não a tem desobrigado de suas funções tradicionais, gerando acúmulo de tarefas e riscos, o que pode elevar os níveis de estresse especialmente quando a própria mulher assume a dupla jornada como obrigação dela. Para muitas, o trabalho fora do lar é considerado uma forma de liberação, de alcançar autossuficiência (AQUINO, 1992).

No que se refere à atenção em saúde, geralmente aceito que as mulheres procurem assistência de forma mais espontânea e preventiva (AQUINO, 1992). Entretanto, o controle sobre o corpo e a saúde da mulher é muito maior em virtude de seu papel na reprodução, o que a obriga a buscar o serviço de saúde com maior frequência tanto para si (planejamento familiar, gravidez, preventivo de câncer) como para os filhos (vacinas, acompanhamento de crescimento e desenvolvimento, doenças). Além disso, é comum a mulher assumir o cuidado dos membros mais velhos da família, o que a leva novamente ao serviço de saúde para acompanhá-los. Essas considerações permitem questionar a espontaneidade geralmente atribuída à busca feminina por assistência em saúde.

Envelhecer é um processo gradativo que, no ser humano, envolve fatores biológicos, psicológicos e socioculturais. Envelhecer remete a velho, antigo,  antiquado, o que o associou com incapacidade para o trabalho, improdutividade, com inatividade, o que nem sempre corresponde à realidade e traduz preconceitos para com a velhice. Essa imagem da velhice acentua aspectos pejorativos, associando-a a problemas, inutilidade, doença, dependência, perda e impotência (KACHAR, 2003).

A velhice é um processo gradativo que, para além do aspecto cronológico, é percebido quando algumas características físicas como a flacidez da pele, as rugas e os cabelos brancos o demonstram. A maneira como cada um chega à velhice dependerá, dentre outros fatores, do estilo de vida, da situação socioeconômica, das doenças que teve/tem, do apoio familiar, o que indica que não existe um padrão único de envelhecimento.

Para a mulher, a linha divisória entre maturidade e velhice é representada pelo climatério e pela menopausa, indicadores do final da vida reprodutiva e que trazem alterações fisiológicas e psicológicas (KACHAR, 2003).

As mulheres que hoje vivem o processo de envelhecimento não precisam mais seguir os padrões de suas mães e avós, pois já conquistaram um pouco mais de espaço. Mesmo as que hoje são idosas e aprenderam a submissão às regras da família e da sociedade, já podem decidir o que querem e a maneira como desejam viver, embora isso exija adaptação e constante auto regulação em termos biológicos, psicológicos e sociais.

A compreensão do envelhecimento sob uma perspectiva de gênero não possibilitará apenas melhor assistência em situações de doença, mas também ações de promoção da saúde, considerada um recurso para a vida (BRASIL, 1996) que enfatiza os recursos pessoais, sociais e as capacidades físicas na criação de oportunidades para que indivíduos possam fazer suas escolhas para uma vida mais saudável.

Por isso, devemos ter atenção com a nossa saúde, segue alguns dos exames que devem ser realizados anualmente, de acordo com a avaliação médica para possíveis diagnósticos precoce, são eles, papanicolau, colposcopia, ultrassom transvaginal, mamas e tireoide, exames laboratoriais, mamografia, densitometria óssea, entre outros.

Parabéns pelo nosso dia e vamos viver uma vida mais saudável!




Referências

MADUREIRA, VSFI; PELISER, SR; BELTRAME, V; STAMM, M. Mulheres idosas falando sobre envelhecer: subsídios para a promoção da saúde. REME. Vol. 12.1, 2008.

As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres. Ana Isabel Álvarez Gonzalez, 208 págs., Ed. SOF/Expressão Popular.

Kachar V. Terceira idade & informática: aprender revelando potencialidade. São Paulo: Cortez; 2003.

Aquino EML, Menezes GMS, Amoedo MB. Gênero e saúde no Brasil: considerações a partir da pesquisa nacional por amostra de domicílios. Rev Saúde Pública. 1992 jun.;26(3):195-202.

Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Informação Educação e Comunicação. Promoção da saúde: carta de Ottawa, Declaração de Adelaide, Declaração de Saundsvall, Declaração de Bogotá. Brasília: Ministério da Saúde; 1996.

Foto por Lee Roberts

Rita Cassia Ismail

Enfermeira (COREN: 0148972)

Graduada pela Fundação Educacional de Fernandópolis - SP, Educadora em Diabetes, qualificada pelo Projeto Educando Educadores em 2008, Especialista em "Unidade Cardiológica e Hemodinâmica" pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP em 2010 e, "Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior de Profissionais de Saúde" pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca - ENSP - FIOCRUZ em 2010, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP/ SP em 2015 e atualmente Coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Paulo - Unimed Araraquara



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