Como promover atividades intergeracionais nas casas de repouso?

por Gigi em 26 de janeiro de 2017
Roberta dos Santos Tarallo

Gerontóloga

Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.

Nas últimas décadas vemos crescer os grupos de atividades específicas para pessoas idosas, o que por um lado é muito bom, pois trabalha as especificidades deste grupo populacional. Por outro, esta segmentação pode distanciar as pessoas idosas da convivência com pessoas de outras idades. No texto de hoje trataremos de um tema relativamente novo, porém com um crescente interesse de profissionais, familiares e das próprias pessoas idosas – a convivência intergeracional.

Não somente nas férias, como em qualquer outra época do ano; ao andar pelas ruas, no trem, ônibus, metrô, adentrar em uma padaria, farmácia, ir ao shopping, ao parque, ao museu ou em outros locais sempre nos depararemos com pessoas de diversas idades. Quando você está nestes ambientes, você costuma observar a diversidade de faixa etária das pessoas ao redor?

Esta situação em si não nos torna próximos das pessoas. Para que a relação entre diferentes gerações se estabeleça é preciso o convívio. Diante dos avanços tecnológicos, as alterações familiares e demais fatores socioculturais, as gerações se distanciaram de forma gradual, principalmente no que se referem às conversações, vivências e trocas de experiências.

Com o intuito de aproximar novamente as pessoas de diferentes faixas etárias, atividades específicas foram e ainda são desenvolvidas. Há diversas formas de implementar essas ações: a geração mais nova pode ensinar para a mais velha ou a mais nova aprender com a mais velha ou, ainda e melhor, ambas podem ensinar e aprender algo (histórias, habilidades, etc.).

Ambiente familiar


No ambiente da família é possível estimular as relações entre diferentes gerações por meio de conversas, relatos de experiências, passeios, jogos, assistir filmes, uma vez que todas as pessoas envolvidas já se conhecem. Importante considerar atividades que todos gostam de fazer ou querem aprender, assim, os momentos serão mais prazerosos e profícuos.

Casas de Repouso


Fora do âmbito familiar, as relações entre as gerações também podem ser incentivadas: por meio de programas intergeracionais implementados em escolas, comunidades, empresas, igrejas, centros de convivência, instituição de longa permanência para idosos, etc.. Ressalta-se, contudo, que essas atividades precisam ser bem planejadas e executadas para, com isso, atingirem o resultado esperado.

Além dos encontros, os desencontros, conflitos, discordâncias podem surgir e isso também é natural, pois somos seres protagonistas, pensantes e atuantes. Mas tudo precisa ser clarificado e esclarecido entre as pessoas para que não haja reforço de preconceitos geracionais e nenhuma forma de discriminação entre as pessoas.

De forma simples, indicamos as seguintes atividades:

– Contar e escrever histórias;

– Passear no parque;

– Assistir e conversar sobre filmes;

– Ler algo diferente;

– Cozinhar e confraternizar;

– Tocar um instrumento;

– Plantar e mexer no jardim;

– Jogar videogame;

– Explorar as brincadeiras de rua;

– Jogar jogos de tabuleiro…

Sendo assim, sempre que vivenciarem uma atividade intergeracional, considerem as diferentes faixas etárias, as limitações e necessidades de cada um, bem como o objetivo, o contexto e o local, o tempo e a duração das ações.

Você já percebeu as relações intergeracionais no seu dia a dia? As conversas são frutíferas? Realizam vivências juntos? Trocam experiências? Conte-nos como foi e o que aconteceu…

Participe também, deixe sua opinião, sugestão e críticas.

Até a próxima!


Referências:

MARTÍNEZ, M. S., KAPLAN, M. & CARRERAS, J. S. Programas Intergeneracionales: Guía Introductoria. Ministerio de Sanidad y Política Social Secretaría General de Política Social y Consumo Instituto de Mayores y Servicios Sociales (IMSERSO), Madrid, 2010.

TARALLO, R. S. As relações intergeracionais e o cuidado do idoso. Revista Kairós Gerontologia, v. 18, ed. especial – Abordagem Multidisciplinar no cuidado e velhice, 2015.

Imagem por: freepik edições equipe Scaelife

Roberta dos Santos Tarallo

Gerontóloga

Mestra em Gerontologia pela UNICAMP. Professora de Cursos Livres da empresa GeroVida. Voluntária da Associação Brasileira de Alzheimer, sub-regional Campinas.

Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.

Idealizadora e Diretora da GeroVida – Arte, Educação e Vida Plena. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação - UNICAMP. Professora, Pesquisadora e Terapeuta em Homeostase Quântica Informacional, Instituto Quantum.  Até junho de 2019 desempenhava o papel de professora do Programa de Mestrado de Gerontologia da Universidade Ibirapuera, UNIB, SP. Curso de Extensão em Psicogerontologia, PUC-SP. Curso de Estimulação Cognitiva com ênfase em memória para idosos, Pinus Longaeva, SP.



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