É possível ter qualidade de vida na velhice?

por Gigi em 20 de setembro de 2016
Amanda Coleone

Assistente Social (CRESS:53.047)

Olá pessoal, estou de férias em Sydney na Austrália e o post de hoje traz uma reflexão sobre as diferentes formas de encarar a “velhice”.

Estou hospedada em um bairro bem familiar e tradicional, e o melhor, próximo da praia.

Sendo assim, em uma das minhas curtas caminhadas pela praia, a quantidade de pessoas idosas foi o que mais me chamou a atenção. E acreditem, surfando. Oi? Sim, homens em torno de 70 anos com roupa de mergulho e prancha. Outros menos radicais, praticavam a caminhada ou conversavam em roda de amigos próximos ao café. Dá pra acreditar na qualidade de vida dessas pessoas?

Não consigo não pensar nos idosos que vivem no Lar em que eu trabalho, onde já ouvi um senhor dizendo: “bom é viver quando se tem prazer, desse jeito aqui não vale a pena” (sic).  E ele não tem razão?

Penso que os idosos ativos na comunidade e inseridos no seio familiar possuem uma função social, uns cuidam dos netos, outros ainda são os responsáveis financeiramente pelo núcleo familiar, alguns voltam para universidade, outros surfam e se encontram com os amigos a beira-mar, e assim, sentem-se úteis.

Claro que parece injusto comparar a vida de uma pessoa institucionalizada no interior de São Paulo, com a vida de pessoas socialmente ativas e que vivem no litoral de um dos melhores países do mundo. Mas, como não me lembrar deles e desejar que tivessem essa vontade de viver?

Nas aulas de antropologia da faculdade aprendemos que desde a antiguidade, o idoso era visto pela sociedade como uma pessoa sabia e detentora dos conhecimentos, os quais eram repassados para as gerações futuras. Isto também e entendido como uma função social.

Estas observações me fizeram refletir sobre as atividades que hoje são desenvolvidas no Lar e a pensar em outras que poderiam resgatar a autonomia, autoestima e qualidade de vida destes idosos.

Que tal promover encontros intergeracionais? E se o Lar realizasse grupos de convivência aberto para a comunidade em geral? Ou ainda montasse um grupo de caminhada? E se os idosos nos apresentassem a comida tradicional de sua família? E se tivesse o dia de hidroginástica no clube? E se eles participassem dos bailes da terceira idade? E se a comunidade “apadrinhasse” um idoso e passasse a inseri-lo em seu seio familiar?

Talvez assim eles sintam o tempo passar com menos pesar e mais alegria. O que vocês acham?

No fim, acredito que se olhássemos e tratássemos os moradores do Lar como idosos comuns e não como pessoas institucionalizadas, a qualidade de vida e a vontade de viver também estariam presentes ali dentro. Quem pode garantir que não é a própria instituição que retira toda essa energia existente na terceira idade? Afinal, hoje já se ouve falar até em quarta idade.

Participe também, deixe sua opinião, sugestão e críticas.

Até a próxima.




Foto por: Don Johnson 395

Amanda Coleone

Assistente Social (CRESS:53.047)

Assistente Social Graduada em Serviço Social pela Instituição Toledo de Ensino - ITE Bauru. Trabalha como assistente social no Lar São Vicente de Paulo – Ibitinga/SP e também na Prefeitura Municipal de Itápolis/SP. Possui em seu currículo realização de trabalho voluntário junto da "The Salvation Army" (Canadá) e Rotaract Club de Ibitinga.



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