Optar pelo uso da palavra “velho” para se referir a uma pessoa não parece ser mais educado e socialmente correto; quantos de nós já não ouvimos as seguintes frases: “Eu não sou velho, velho é trapo!”, “Velho é a sua avó ou avô!”, “Eu estou na melhor idade”, estes bordões me fizeram questionar o quanto a palavra “velho” tornou-se pejorativa.
“Idoso”, “Melhor Idade”, “Terceira Idade” são termos que podem substituir a referência de “velho”, entretanto, poderíamos dizer que talvez sejam utilizados para maquiar a grande e irrevogável certeza de nossas vidas: somos seres finitos, os únicos animais que sabem e que podem raciocinar sobre a própria falência.
O fato é que criamos situações e nos cercamos de outras palavras para dizermos as mesmas coisas; maneiras diferentes de se expressar com o intuito de nos iludirmos, nos cegarmos, esquivando das verdades da vida. Entretanto, nas entrelinhas de nossas manifestações, podemos observar a fundo o que tememos e queremos manter encoberto – o nosso medo da morte; explicando, parcialmente, o nosso incômodo com o termo “velho”.
YALOM (2008) em sua obra: “De frente para sol, como superar o terror da Morte”, trata sobre a “ferida da mortalidade”, onde aponta que iremos nascer, nos desenvolver e, inevitavelmente morrer. Enquanto, Fernando Pessoa – poeta brasileiro – poetizou “somos cadáveres adiados” e, com isso, me parece que ele encontrou a sua maneira de lidar com o inevitável.
ENVELHECER está fatalmente associado com adoecer, com a perda das características físicas idealizadas e, talvez, uma das mais temidas das possíveis ocorrências – a despersonalização, a qual defino como “a perda da capacidade da alma se manifestar pelo corpo”.
ZIMERMAN (2000) propõe que o que deve ser mudado não é a forma de se referir ao velho, mas sim a forma como tratamos os nossos velhos; sendo assim, sugere que o velho deve ser visto como alguém inserido na vida e não a caminho da morte. O velho merece todo carinho, compreensão e respeito amplo às suas peculiaridades.
Desta maneira, proponho com este texto uma reflexão: COMO TRATAMOS NOSSOS VELHOS E O NOSSO PRÓPRIO ENVELHECIMENTO?
Participe também, deixe sua opinião, sugestão e críticas.
Até a próxima.
Referências:
KÜBLER-ROSS, E. Sobre a Morte e o Morrer. 9ª Edição. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2008. 296p.
YALOM, I. D. De frente para o Sol: Como Superar o Terror da Morte. Rio de Janeiro: Agir, 2008. 230p.
ZIMERMAN, G. I. Velhice: Aspectos Biopsicossociais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 229p.
Imagem por: Freepik
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