Nem toda tontura é uma labirintite!

por Gigi em 19 de janeiro de 2017
Ramon de Oliveira Scatolin

Fisioterapeuta (CREFITO: 214759-F)

O termo pode soar bem familiar, mas você sabe o que é labirintite?

É cada vez mais comum as pessoas sentirem tontura, como por exemplo, ao levantar de maneira rápida, e aí vem a famosa frase “a minha labirintite atacou”. Será mesmo que isso pode ser considerado como tal patologia? O corpo humano é formado por vários sistemas e dentre eles existem alguns responsáveis por manter nosso equilíbrio, como por exemplo, o sistema vestibular, sendo que todos estes sistemas são coordenados pelo cérebro que recebe, processa e reenvia as informações que chegam até ele. Outras características são muito importantes para influenciar no diagnóstico da sua tontura, como as doenças sistêmicas: hipertensão arterial, diabetes mellitus e quaisquer alterações geradas por lesões ou traumas do sistema nervoso central(SNC).

A labirintite em si é a definição que há uma inflamação no labirinto que é uma estrutura anatômica presente na região interna do ouvido, estrutura esta que possui terminações nervosas que nesse caso estarão mais sensíveis. Porém uma das principais características que nem sempre é lembrada quando se usa o termo labirintite é que ela pode trazer consigo uma perda da capacidade auditiva e pode estar ou não associada a outros fatores como os já citados anteriormente (doenças sistêmicas e traumas no SNC). Por isso o diagnóstico para tal patologia é mais abrangente e deve ser feito por um profissional qualificado para tal e não por conhecidos que dizem que você está com labirintite simplesmente por ter tontura. Na terceira idade é muito comum ocorrer tonturas, mas devido a uma diminuição da função do sistema vestibular como um todo assim como da capacidade visual e motora. Assim para estes casos a reabilitação requer atenção ao paciente como um todo.

Outra possibilidade que vem se tornando recorrente em pessoas mais jovens, mas que também pode ocorrer em pessoas com mais idade é VPPB (vertigem posicional paroxística benigna), que apesar do nome difícil nada mais é que o deslocamento de pequenos cristais de carbonato de cálcio encontrados na parte interna do ouvido e que por algum motivo acabam saindo da região que deveriam estar (utrículo). Assim quando nos movemos e os cristais deixam sua posição original ocorre a vertigem, causando a sensação de que as coisas a nossa volta estão se movendo ou vice-versa. Assim a reabilitação vestibular pode consistir em manobras para o reposicionamento destes cristais, exercícios de força e equilíbrio, exercícios para estimular a funcionalidade do sistema vestibular, tudo vai depender do diagnóstico bem feito, facilitando assim para que profissionais capacitados, sejam fonoaudiólogos ou  fisioterapeutas realizam o tratamento destes pacientes, que na maioria dos casos apresentam uma melhora significativa. Lembrando que medicamentos receitados pelo médico podem sim e devem ser associados ao tratamento, atentando-se apenas para um uso muito prolongado, pois isto pode ser prejudicial para o quadro.

Espero que tenham gostado, curtam, compartilhem e deixe seu comentário, fico a disposição para qualquer dúvida. Até a próxima!




Referências
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28088930
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28074268
http://www.neuropt.org/docs/vsig-portuguese-pt-fact-sheets/what-is-bppv—o-que-%C3%A9-vppb.pdf?sfvrsn=2
http://www.minhavida.com.br/saude/materias/18803-tontura-e-labirintite-entenda-relacoes-e-diferencas-entre-os-problemas

Foto por: Andy Wright

Ramon de Oliveira Scatolin

Fisioterapeuta (CREFITO: 214759-F)

Graduado em Fisioterapia pela Universidade de Araraquara - UNIARA. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de São Paulo - USP através do Programa de pós graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional (PPGRDF) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - FMRP. Diretor clínico do Instituto Trata - Joelho e Quadril na cidade de Ribeirão Preto - SP e Professor da pós-graduação  em Fisioterapia Ortopédica e Esportiva da Faculdade Inspirar do Instituto IPOG.



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