O velho e o novo!

por Gigi em 6 de dezembro de 2016
Diego José Bonatti

Psicólogo (CRP: 06/99594)

Todos nós temos uma concepção do que é envelhecer. Alguns acreditam que ficar velho significa ficar sozinho, sem os entes queridos, sem possibilidades de fazer o que sempre gostou devido às limitações que vão se apresentando; há também aqueles que dizem não querer envelhecer, por temer todas as possíveis consequências do envelhecimento.

Pessoas que trabalham com velhos, diante do adoecimento, abandono, negligência e sofrimento, refletem sobre as possibilidades de seu próprio envelhecimento.

Zimerman (2000) realizou um estudo com dois grupos distintos – um composto de jovens e o outro de velhos – no primeiro, o velho foi definido como uma pessoa chata, triste, deprimida, cansada, doente e solitária; enquanto que o segundo caracterizou o velho como uma pessoa muito vivida, com bastante experiência, mais lento, com doenças, com bastante tempo, tranquilo e mais perto da morte.

Este relato demostra o quão relativo é o envelhecer para cada faixa etária. Para alguns jovens a convivência com o velho pode ser penosa, muito chata, nada divertida; tendo em vista as características específicas de cada velho. Bem como, para o idoso pode ser muito difícil estar entre crianças, adolescentes e jovens adultos; devido à demasiada animação, barulho e desobediência.

O velho e o jovem parecerem ser eternos inimigos; extremos que aparenta não se entenderem nunca, não se aceitarem e se acharem muito diferentes entre si devido às peculiaridades de cada uma destas fases da vida.

Zimerman (2000) trata sobre o “Conflito de Gerações”, termo usado para descrever as relações entre os velhos e os jovens. Entretanto, propõe que “Conflito” possa ser substituído por “Dialogo” entre Gerações; contudo, isto, em parte, não ocorre pela falta de empatia e de comunicação.

O jovem do passado estava inserido em um meio com famílias numerosas, onde todos moravam juntos, com essencialmente as mulheres cuidando da casa, casas grandes, poucas mudanças, transformações lentas, crianças em casa, todos conversando nas calçadas, sexo reprimido, liberdade vigiada; estes são alguns exemplos. Atualmente, encontramos a família nuclear, cada um no seu canto, mulher trabalhando fora, moradias pequenas, muitas mudanças, alterações rápidas, crianças em creches, casas gradeadas, sexo liberado e liberalismo.

Ao observamos e compreendermos tal dinâmica, notamos que o jovem quer tudo, e pensa saber tudo; enquanto o velho sente-se ultrapassado, usando de excessiva rigidez – levando a uma disputa de poderes.

Devemos estimular mudanças na nossa cultura, incentivando os jovens e os velhos a conviverem, coexistirem, relacionarem-se uns com os outros; buscando respeito mútuo, entendo as transformações do tempo, as quais hoje são constantes e rápidas.

Participe também, deixe sua opinião, sugestão e críticas.

Até a próxima!




Referências:

Zimerman, Guite I. Velhice: aspectos biopsicossociais/Guite I. Zimerman. – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

Foto por: Charlie Stinchcomb

Diego José Bonatti

Psicólogo (CRP: 06/99594)

Psicólogo Clínico, Formado pela Universidade Paulista (UNIP) - Ribeirão Preto em 2009. Especialista em Teorias e Técnicas Psicanalíticas pelo Instituto de Estudos Psicanalíticos - Ribeirão Preto/SP. Atua também com Equoterapia (método terapêutico educacional que utiliza cavalos), desde 2013 e também como Coordenador do Lar Acolhedor São Vicente de Paulo de Jaboticabal.



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