Um terço das pessoas com 65 anos ou mais já passou por um episódio de queda (Danielsen A. 2016) esse dado revela um fator muito relevante para o aumento da morbidade nessa faixa-etária. Diversos fatores de risco contribuem para tal número de ocorrências, como: idade, sexo, situação conjugal, arranjo domiciliar, nível socioeconômico e de escolaridade. Além é claro da saúde do idoso em relação à capacidade funcional que envolve desde a visão e audição até a necessidade de dispositivos de auxílio para a locomoção e o uso de medicamentos de forma prolongada (Cruz DT. 2011)
As mulheres aparecem em maior porcentagem quando o tema são as quedas, uma das explicações para isso é a tão conhecida osteoporose, que as atinge com maior freqüência devido à diminuição da produção de hormônios no período da pós-menopausa, hormônios estes que são responsáveis pela fixação do cálcio nos ossos, deixando assim uma condição mais porosa na estrutura óssea corporal e aumentando a suscetibilidade a fraturas.
Recentes estudos apontaram que protocolos aplicados para a prevenção de quedas apresentaram efeitos positivos, avaliações em forma de entrevistas utilizando questionários sobre funcionalidade para conhecer fatores de risco presentes em cada idoso se apresentam como uma boa alternativa, tanto para ser aplicado em comunidades quanto em casas de repouso. Palestras e cartilhas com instruções multidisciplinares também parecem ser uma excelente alternativa para combater tal situação tão freqüente.
A fisioterapia possui ferramentas que podem reduzir drasticamente o risco destas quedas como, por exemplo, exercícios e atividades que estimulem o equilíbrio e o reflexo, o ganho de força e a flexibilidade. Quando realizados a médio e longo prazo essas atividades visam manter ou aumentar a funcionalidade e assim facilitar as atividades de vida diária dos idosos, que quando diminuídas trazem o risco da queda.
Outra opção que deve ser utilizada, mas com bom senso são tarefas que promovam uma moderada descarga de peso já que é através disso que é possível retardar a osteoporose, promovendo e estimulando o fortalecimento ósseo. Devido a presença constante de condições crônico degenerativas na terceira idade uma alternativa muito recomendada é a hidroterapia que permite que o peso corporal seja diminuído ao realizar atividades de impacto, controlando assim a “dose” ideal, mas nada impede que outras atividades sejam aderidas ao dia a dia do idoso como a caminhada.
Como citado o trabalho multidisciplinar é muito importante, pois vimos que estão envolvidos, a visão, a audição, a alimentação, a funcionalidade e fatores biopsicossociais que podem influenciar na vida do idoso em geral e não só nas quedas. Por isso quanto mais profissionais da área da saúde envolvidos melhor o resultado na qualidade de vida dessa população.
Frente a estas informações e opções é importante que estejamos atentos com nossos idosos, já que é a população que mais cresce em nosso país. A prevenção terá que tomar uma proporção maior não só nas quedas, mas em diversos assuntos na área da saúde, pois na nossa cultura o costume maior é de correr atrás do prejuízo e não de se antecipar a ele. Por fim, pode haver os melhores estudos, podem ser desenvolvidos os melhores protocolos, mas se isso não estiver ao alcance da população e tiver a aderência da mesma de nada valerá. A atenção deve vir desde os governantes até nós mesmos, que devemos sim fazer o que está ao nosso alcance, incentivando a qualidade de vida do idoso.
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Até a próxima.
Referências:
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1532046416300983
Da Cruz, D. T. ; Ribeiro, L. C.; Vieira, M. T.; Teixeira, M. T. B.; Bastos, R. R.; Leite, I. C. G. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos, Juiz de Fora, MG.
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