Vamos dividir nosso post de hoje em três partes: na primeira trataremos sobre a questão do mercado atual para abertura de novas Instituições de Longa Permanência para pessoas idosas (ILPI); na segunda abordaremos quais as dificuldades e desafios mais comuns para quem quer encarar um empreendimento deste porte; e, por fim, quais os avanços que vem ocorrendo neste setor.
Já iniciamos trazendo que o mercado atual está propício para as ILPI, Casas de Repouso, Residencial Sênior, Lar para idosos, etc. e veja por que:
– envelhecimento populacional: já é de conhecimento geral que tem aumentado o número de pessoas idosas em nosso país;
– mudança na estrutura social: se antes tínhamos uma família que pudesse assumir o cuidado com as pessoas idosas que se tornassem dependentes, hoje essa estrutura está diferente, com praticamente todas as pessoas da família saindo para trabalhar e não tendo mais o tempo necessário para se dedicar ao cuidado;
– custo de cuidadores e qualidade desses profissionais: se colocarmos na ponta do lápis o custo é alto para ter uma equipe de cuidadores profissionais, além da grande deficiência na qualidade do cuidado que ainda encontramos hoje em dia;
– cuidados especializados que a família não consegue mais prover: com o aumento da complexidade das doenças, a maior parte dos cuidados precisa ser realizada por profissionais especializados;
– casas de repouso não sendo mais um depósito e sim um lugar de vida: por mais que ainda se tenha discriminação em colocar um familiar em uma casa de repouso, por conta do ranço anterior de ILPI ser associada a abandono, essa visão tem mudado e essas instituições estão, aos poucos, sendo vistas como um lugar para se viver com qualidade.
Certo, então o mercado tem estado mais propício para abertura de ILPI, mas esse não é um processo fácil, por isso, tente trabalhar com as dificuldades e desafios que permeiam a abertura desses empreendimentos.
O que nós identificamos ao longo de todos esses anos que nos dedicamos a essa temática:
– falta de conhecimento sobre a área do envelhecimento: as pessoas pensam “Uau, o mercado está propicio, vamos abrir uma ILPI então?”. Deixando de lado a busca por conhecimento na área de gerontologia;
– falta de conhecimento sobre gestão organizacional: outros podem até ter o conhecimento na área do envelhecimento, mas não estão capacitados na área de gestão empresarial, tão necessária quando se quer ter seu próprio negócio;
– planejamento: ausência de plano de negócios – outro erro é abrir sua ILPI sem fazer o Plano de Negócios. Gente, pode até ser chato e cansativo fazer esse planejamento, mas é ele que vai nos mostrar o caminho mais assertivo a ser seguido;
– precificação errada: colocar o valor errado de mensalidade é outro erro muito comum. Existe todo um cálculo a ser feito para conseguir precificar de forma correta, evitando prejuízos futuros;
– falta de mão de obra qualificada: ter uma equipe capacitada faz toda a diferença, mas sabemos que esse ponto também é um desafio para os gestores, pois infelizmente, não generalizando, vemos com muita constância pessoas apenas querendo preencher o tempo no emprego sem realizar um trabalho sério e comprometido;
– em alguns locais, a sociedade ainda vê a ILPI como um asilo: o desafio é como mostrar que hoje esses espaços podem e devem ser lugares de acolhimento, convivência e cuidado humanizado;
– heterogeneidade da velhice: pessoas ativas, pessoas dependentes, pessoas solteiras, viúvas, homossexuais. É necessário capacitação profissional e dos próprios residentes para compreender e saber lidar com essas diferenças;
– transtorno psiquiátrico também acompanha as pessoas idosas, porém o local para o acolhimento de pessoas com esses transtornos não é em uma ILPI; é preciso ficar atento, pois alguns familiares podem omitir esse transtorno e depois isso pode causar mais transtorno para todos os envolvidos na ILPI;
– pessoa idosa não é criança: quem se propõe a montar uma ILPI precisa entrar na luta contra o idadismo; ter conhecimento sobre termos que são usados de forma comum, mas que carregam preconceito, capacitar a equipe e tratar os residentes de forma adequada.
Mas a vida nesse setor de ILPI não tem somente dificuldades, nas últimas décadas temos alguns avanços que nos ajudam a caminhar com mais qualidade nos serviços prestados por essas instituições:
– temos muito mais conhecimento sobre os cuidados necessários a serem prestados para pessoas que residem em ILPI;
– com a pandemia essas instituições passaram a ser mais vistas pela sociedade e, muitas vezes, sendo reconhecidas como locais necessários e importantes para pessoas idosas que dependem de cuidados que a família não consegue prover;
– temos uma tipificação, que busca uma padronização nacional do funcionamento desses estabelecimentos;
– promulgação de leis destinadas ao acolhimento de pessoas idosas;
– os gestores e profissionais de ILPI começaram a perceber que esses locais não devem ser um depósito de pessoas idosas, há uma grande preocupação de várias instituições em trabalhar para que seja um lugar de vida, proporcionando cuidado e atividades que promovam bem-estar aos residentes. E quando tocado de forma correta, é um negócio rentável.
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Texto escrito com base na experiência das autoras:
Fisioterapeuta com especialização em reabilitação do aparelho locomotor pelo Hospital Sarah Kubitschek de Brasília, DF. Especialista em Gerontologia. Gerente de saúde e Responsável Técnica do Lar dos Velhinhos de Capivari, SP. Atua no setor de ILPI há mais de 20 anos.
Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua o setor de ILPI há mais de 10 anos.
Foto: Freepik
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