A população brasileira tem aumentado sua longevidade nas últimas décadas. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a esperança de vida ao nascer passou de 75,2 anos, em 2014, para 76,8 anos em 2020. Tal crescimento é devido a duas causas principais: ao aumento da qualidade de vida (aumento da renda média, melhoria nas condições de educação, evolução da qualidade sanitária, inovações na medicina geriátrica, etc.) e, também, devido à diminuição da mortalidade infantil.
Ainda que o envelhecimento não seja sinônimo de doença, com o crescimento da longevidade e do número de idosos na população ampliam-se as chances de desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas e, também, de situação de dependência na velhice, com grande demanda para cuidados.
Um dos problemas que tem afetado a qualidade de vida na maturidade e na velhice são perdas graduais de memória que podem evoluir para demência. Mas por que na velhice as pessoas têm mais problemas de memória? O que pode ser feito para prevenir ou retardar os problemas de memória?
As causas das falhas de memória com o passar dos anos são diversas, como exemplos:
– Fatores ambientais: desorganização do ambiente e muitas informações para serem armazenadas de assuntos diferentes;
– Acidentes e lesões cerebrais;
– Excesso de bebida alcoólica e tabagismo, pois afetam o sistema nervoso central;
– Uso de medicamentos, como exemplo, para o tratamento de Parkinson e depressão;
– Doenças degenerativas como Doença de Alzheimer e demência vascular.
As pessoas sempre nos perguntam: como saber se meus esquecimentos ou falhas de memória são decorrentes do processo natural do envelhecimento ou já é indício de alguma patologia? Alertamos para dois aspectos: primeiro, se você se lembra que se esqueceu de algo já é um bom sinal, pois em casos patológicos as pessoas não percebem que estão com problemas de esquecimento; segundo, se suas falhas de memória começarem a afetar suas atividades de vida diária, é hora de procurar alguma ajuda profissional. Além disso, veja algumas dicas que podem ajudar a evitar falhas de memória:
– Praticar atividade física regularmente. Escolher uma que goste e pedir orientação profissional;
– Ter bom sono regularmente;
– Em casos de alterações importantes de humor, como quadros depressivos ou ansiosos, procurar profissional especializado;
– Ter metas e objetivos na vida;
– Se manter ativo, desenvolvendo atividades que goste;
– Descobrir aquilo que te faz feliz e manter essas atividades em sua rotina;
– Realizar atividades que estimulam a memória e o raciocínio;
– Aumentar a rede de relações sociais para aumentar a competência linguística;
– Ter um método organizado de administração o tempo;
– Acreditar na própria capacidade e habilidades;
– Utilizar estratégias de treinamento de memória.
A memória é seletiva e é impossível armazenar todas as informações que entramos em contato ao longo de nosso dia. Entender o funcionamento da memória, cuidar por meio da realização de atividades para aprimorar a memória e adquirindo bons hábitos de vida são importantes para a preservação e melhoria do desempenho da memória.
Esquecer faz parte do funcionamento psíquico humano, é uma função adaptativa, muitas vezes é fundamental para nossas vidas.
Programas de aprimoramento cognitivo e treinamento de memória possibilitam reverter ou compensar falhas de memória. Porém, para obter bons resultados para a neuroplasticidade da memória, é importante utilizar mais de uma técnica e também estimular outras funções como atenção, concentração, linguagem, cálculo, o raciocínio abstrato, a criatividade, etc.
Para finalizar, citamos alguns exemplos de atividades:
1) Memória visual – falar sobre a lembrança de fotos significativas em sua vida;
2) Memória auditiva: escutar músicas, se quiser, cantar junto, lembrar-se das músicas marcantes ao longo da vida;
3) Ilusão de óptica;
4) Jogo dos 7 erros;
5) Quebra-cabeça;
6) Jogo Cognitivo Letras e Saberes, que trabalha as habilidades de atenção, memória, linguagem, interação social, agilidade mental e troca entre gerações.
O importante é ter equilíbrio entre o descanso e os estímulos, sempre estimular e desafiar a memória para provocar novas conexões e, assim, manter sua memória saudável em qualquer etapa de sua vida.
Participe também, deixe sua opinião, sugestão e crítica.
Até mais!
Imagem por: Freepik
Referências:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2016). Tábua Completa de Mortalidade.
Neri, Anita L. (org.). Palavras-chave em Gerontologia. 3ed. Campinas, SP: Editora Alínea, 2008.
Santos, Franklin S. et. al. (orgs.). Estimulação cognitiva para idosos: ênfase em memória. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2013.
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