Há vários artigos aqui no Blog da Gigi que tratam da legislação já existente que rege a questão da institucionalização de pessoas idosas, porém é necessário pensar também na qualidade dos profissionais que atuam neste contexto. Dessa forma, especialistas voltados para o estudo do envelhecimento, se propõem a discutir sobre a existência das instituições de longa permanência para idosos e as formas de otimizar essa vertente de atendimento, na tentativa de alcançar um modelo ideal de cuidado.
Temos uma dupla missão: “proporcionar cuidado e ser um lugar para viver (…)” seus cuidados devem abranger a vida social e emocional e as necessidades diárias, além da assistência a saúde.
As instituições para pessoas idosas precisam tomar conhecimento, conscientizar-se da importância de todas as áreas que trabalham o envelhecimento e vê-las como necessárias e importantes. Precisam de vida, dinamismo, a partir da energia que venha da vontade do fazer, tanto do residente quanto do profissional. Para que isso seja viabilizado, elas têm que investir na qualificação de todos os funcionários, voluntários e diretores (Ximenes & Côrte, 2006).
Um dos maiores desafios do cuidado multidisciplinar à pessoa idosa é propiciar que múltiplas áreas do saber ajam conjuntamente para um bem comum, ou seja, atender a pessoa idosa nas suas particularidades, tendo um olhar multidimensional e buscando prevenir agravos (Carvalho & Papaléo, 1994).
Relacionado à questão da qualidade do serviço, segundo Born & Boechat (2002) é fundamental a qualificação do quadro de funcionários das Instituições de Longa Permanência, sobretudo da equipe responsável pelo cuidado cotidiano ao residente.
De acordo com estes autores, pode ocorrer de uma instituição não possuir um quadro completo de profissionais especializados, mas, independentemente de sua composição, essa equipe deverá pautar suas ações tendo como princípios:
A RDC 502/2021, direciona para uma quantidade mínima de funcionários. Já a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia sugere um quadro de funcionários de acordo com o número de residentes e grau de dependência. A equipe permanente nos mostra um número mínimo de profissionais para dar o suporte às atividades na instituição, pensando na quantidade máxima de pessoas por Unidade, lembrando que esses números vão ser proporcionais ao número real atendido pela instituição. É importante ter um quadro de profissionais adequado para que a qualidade do atendimento seja boa e lhe dê segurança para atender todas as diretrizes legais.
Por exemplo, para o atendimento de até 40 idosos da Modalidade I (autonomia preservada, cognição preservada e 1 AVD comprometida – ainda que use apoio de tecnologia assistiva) a orientação é:
Além da equipe permanente, devem-se incluir no quadro, profissionais de várias áreas, como Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Educação Física, Psicologia, Gerontologia, Pedagogia, entre outros. Lembrando que esses profissionais podem ser terceirizados para prestar serviços junto ao seu público-alvo de acordo com as necessidades de cada um ou de projetos desenvolvidos para manutenção de autonomia e melhora de qualidade de vida.
Valendo lembrar que todos os profissionais, permanentes ou terceirizados, devem estar com sua documentação junto aos conselhos de classe devidamente em dia.
Além disto, sugerimos que todos os profissionais tenham experiência de trabalho com pessoas idosas ou tenham realizado curso específico em gerontologia. Após formação da equipe, seria importante capacitar os profissionais escolhidos para trabalharem de acordo com seus critérios de qualidade.
Referências:
Experiência da profissional Maria Rosane de Souza Sério
Ximenes, A.; Côrte, B. A instituição asilar e seus fazeres cotidianos: um estudo de caso. Estud. interdiscip. envelhec., Porto Alegre, v. 11, p. 29-52, 2007.
Carvalho Filho, E. T.; Papaléo Netto, M. P. Geriatria: Fundamentos, Clínica e Terapêutica. São Paulo: Atheneu; 1994.
Born, T.; Boechat, N. S. A Qualidade dos Cuidados ao Idoso Institucionalizado. In: Freitas, E. V; Py, L.; Neri, A. L.; Cançado, F. A. X.; Gorzoni, M. L.; Rocha, S. M. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. P. 768-777.
Fotos por: rawpixel e truthseeker08
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