Sobrecarga do cuidador: como cuidar bem?

por Gigi em 30 de agosto de 2017
Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.

Roberta dos Santos Tarallo

Gerontóloga

Prestar cuidados a idosos exige um conjunto de tarefas e de papéis cujo desempenho inclui momentos de estabilidade e de crises. O cuidar pode se tornar um ato difícil e estressante para cuidadores profissionais, mas principalmente para os cuidadores familiares, pois com o avançar de determinadas doenças o idoso pode ficar cada vez mais fragilizado e dependente.

Os cuidadores se veem confrontados com sentimentos ambíguos ou conflitantes com relação à pessoa cuidada, aos familiares, às tarefas e a si mesmos. Exercer o cuidado geralmente onera os recursos e repercute na vida doméstica, laboral e de lazer, bem como na percepção sobre a própria qualidade de vida.

Para o cuidador há o ônus físico, psicológico e social, com repercussões negativas sobre vários aspectos do bem-estar e da capacidade funcional de quem cuida. O ônus real e o percebido são influenciados pelo papel, técnicas e funções, pelos conflitos familiares, pelo impedimento ou interferência no exercício da profissão, pelas restrições sociais, pelos problemas financeiros e questões operacionais. Associam-se também tensões derivadas dos desafios à autoestima e ao senso de domínio que o cuidado impõe aos cuidadores.

A sobrecarga no cuidador pode resultar na redução dos níveis de energia e de força, no aparecimento ou no agravo de doenças, maior dificuldade de resistir a eventos estressores e diminuição na capacidade de realizar atividades práticas e sociais. A percepção de sobrecarga e de privação social depende das condições de saúde e de dependência do idoso, assim como da avaliação sobre os critérios pessoais e das normas sociais.

Importante enfatizar que todos os cuidadores, independentemente da categoria, necessitam de informações sobre a(s) doença(s) que afligem o idoso cuidado, para entender sobre o quadro clínico, a evolução, o manejo e técnicas em determinadas situações. Outra estratégia mister é solicitar ajuda sempre, seja de profissionais ou mesmo de outros familiares. Com isso, diante do conhecimento adquirido e da rede de apoio acionada, a sensação de sobrecarga será minimizada.

Um modo dos cuidadores encontrarem significado na adversidade é interpretando-a como fonte de ganhos pessoais. Ao extrair algum benefício da experiência de cuidar de idosos, os cuidadores podem contribuir para a própria saúde e bem-estar, bem como para o idoso que cuida. Em geral, os ganhos são entendimentos como sentir-se útil, forte, satisfeito e responsável, melhorar a autoimagem, valorização pessoal e social, altruísmo e solidariedade.

Por fim, indicamos algumas atividades que podem ser realizadas pelo cuidador de modo a diminuir a sobrecarga: automassagem, alongamentos, relaxamento, escutar músicas agradáveis, dançar, ler um bom livro, fazer alguma atividade física, viajar, entre outras.




Referências:

Anita Liberalesso Neri e Andréa Cristina Garofe Fortes-Burgos. A Dinâmica do Estresse e Enfrentamento na Velhice. In: Elizabete Viana de Freitas e Ligia Py. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Editora: Guanabara Koogan, 3 ed., cap. 135, pp. 1507-1521.

Patrocinio, W.P. (2015, Jun.). Autocuidado do cuidador e o cuidado de idosos. Revista Kairós Gerontologia, 18(N.o Especial 19), Temático: “Abordagem Multidisciplinar do Cuidado e Velhice”), pp. 99-113.

Foto por: Elvert Barnes




Saiba mais: Wolverine: O Super Cuidador?

Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.

Idealizadora e Diretora da GeroVida – Arte, Educação e Vida Plena. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação - UNICAMP. Professora, Pesquisadora e Terapeuta em Homeostase Quântica Informacional, Instituto Quantum.  Até junho de 2019 desempenhava o papel de professora do Programa de Mestrado de Gerontologia da Universidade Ibirapuera, UNIB, SP. Curso de Extensão em Psicogerontologia, PUC-SP. Curso de Estimulação Cognitiva com ênfase em memória para idosos, Pinus Longaeva, SP.

Roberta dos Santos Tarallo

Gerontóloga

Mestra em Gerontologia pela UNICAMP. Professora de Cursos Livres da empresa GeroVida. Voluntária da Associação Brasileira de Alzheimer, sub-regional Campinas.



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