Suicídio na Velhice

por Gigi em 9 de setembro de 2021
Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.


Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) nenhum fator singular é suficiente para explicar por que uma pessoa comete suicídio ou deseja fazê-lo. Sem generalizar os fatos, o suicídio vem a ser o ato realizado de maneira direta ou indireta pela própria pessoa, cujo resultado é a morte. Objetiva-se finalizar algum sofrimento ou comunicar algo, podendo ter várias causas e motivações para sua ocorrência, sendo difícil determiná-lo e analisá-lo por apenas um aspecto.



Segundo Santos e colaboradores (2919), o suicídio como fenômeno social abarca números expressivos no Brasil, assim como em outros países. Mais expressivos são os números que se relacionam com idosos, ao passo que permeia gêneros e condições sociais diversas, mostrando-se como uma das maiores causas por morte externa no país. Os homens formam o grupo com mais casos registrados, enquanto as mulheres são maioria em tentativas de suicídio.



Minayo, Teixeira e Martins (2016) afirmam que a maioria dos estudos sobre suicídio em relação às pessoas idosas mostra forte influência de alguns fatores, como isolamento social, depressão e doenças que podem ocasionar a sua dependência e sofrimento físico e psíquico. O plano e a ideação do suicídio é mais frequente em indivíduos que residem sozinhos (solteiros, viúvos ou separados).



Nas fases anteriores ao suicídio existem os comportamentos específicos e são classificados em: ideação suicida (ideias, desejos, ameaças e planejamentos) e o comportamento em si, que segue com as tentativas, até chegar a consumar o ato. As ideações surgem a partir de particularidades do indivíduo, que lhe causam sofrimento e desgaste emocional, buscando como saída os pensamentos e planejamento de como dar um fim a esses sentimentos, vendo a morte como a única saída possível.



Deve-se considerar que nem sempre esses comportamentos são identificados facilmente, manifestando-se de maneira oculta. Nas falas, os idosos, apresentam relatos de pensamentos de morte, cansaço, falta de sentido para viver, bem como sentimentos de abandono e tristeza. Por vezes, determinadas atitudes de autonegligência, como não querer mais comer ou não tomar mais os medicamentos, também podem ser um alerta.



Prevenção



O suicídio é considerado um problema de saúde pública. Após uma tentativa de suicídio, aumenta-se a chance do indivíduo tentar novamente até conseguir concretizar o ato, sendo que a população idosa merece atenção em busca de prevenção.



Falar de suicídio é falar mais da vida que da morte, por isso, a prevenção ocorre em conjunto com a família, amigos ou pessoas próximas e com profissionais da saúde, podendo envolver até mesmo toda a comunidade. Mas, ao conversar com uma pessoa que está vulnerável, não dê opiniões do senso comum, pois determinadas palavras podem ser mais prejudiciais. Desse modo, escute-a e aconselhe-a a procurar um profissional capacitado. 






Imagem por: Freepik



Fontes: 



Alcântara, M. R. O.; Maranhão, T. L. G.; Marinho, A. O. O.; Macedo, L. C. O Papel do Cuidador na Identificação dos Fatores Relacionados ao Suicídio de Idosos. Revista Multidisciplina e de Psicologia, v.12, n. 39, 2018.



Minayo, M. C. S.; Figueiredo, A. E. B.; Mangas, R. M. N.. O comportamento suicida de idosos institucionalizados: histórias de vida. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 27, n. 4: 981-1002, 2017.



Minayo, M. C. S., Teixeira, S. M. O., & Martins, J. C. O. Tédio enquanto circunstância potencializadora de tentativas de suicídio na velhice. Estudos de Psicologia (Natal), 21(1), 36-45. 2016.



Santos, E. D. G. M., Lira, G. O. L., Santos, L. M., Alves, M. E. S., Araújo, L. F., & Santos, J. V. O. Suicídio entre idosos no Brasil: uma revisão de literatura dos últimos 10 anos. Psicología, Conocimiento y Sociedad, 9(1), 258-282. 2019.


Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.

Idealizadora e Diretora da GeroVida – Arte, Educação e Vida Plena. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação - UNICAMP. Professora, Pesquisadora e Terapeuta em Homeostase Quântica Informacional, Instituto Quantum.  Até junho de 2019 desempenhava o papel de professora do Programa de Mestrado de Gerontologia da Universidade Ibirapuera, UNIB, SP. Curso de Extensão em Psicogerontologia, PUC-SP. Curso de Estimulação Cognitiva com ênfase em memória para idosos, Pinus Longaeva, SP.

Tags: #suicidio


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