Transtorno do Espectro Autista (TEA) na velhice

por Gigi em 11 de fevereiro de 2021
Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.


Quando pensamos em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é mais comum associarmos com a infância. Isso porque, de modo geral, a manifestação de seus primeiros sinais ocorre ainda nos primeiros anos de vida. Além disso, não há ainda muitos estudos que avaliem o autismo do ponto de vista do adulto e do idoso. 



O que é?



O TEA é um distúrbio do desenvolvimento neurológico, cujos sintomas envolvem a presença de padrões de comportamentos, interesses e atividades repetitivos e restritos e também déficits persistentes na comunicação e interação social (American Psychiatric Association – APA, 2013). Os sintomas variam em graus de severidade, que podem ser alternados ao longo do tempo, a depender do contexto em que o indivíduo está inserido e se estendem por toda a vida, prejudicando diferentes âmbitos do desenvolvimento e do funcionamento diário do indivíduo (Centers for Disease Control and Prevention – CDC, 2014).



Um filme muito interessante que mostra um pouco da superação de limites do autismo é o “Temple Grandin”. Baseado em uma história real, o filme conta a trajetória de Temple Grandin, que é professora de Ciência Animal da Universidade do estado do Colorado e especialista em manejo de bovinos, métodos de abate humanitário e bem-estar animal. Sua mãe, mesmo com a recomendação médica de interná-la em uma instituição por causa do autismo, insiste em proporcionar-lhe educação formal. Em uma escola para crianças superdotadas é encorajada por seu professor de Ciências, que percebe seu talento em “pensar em imagens e conectá-las”, e a incentiva a prosseguir sua educação em uma universidade



Quais são sintomas do TEA?



Muitos são os sintomas para identificar o autismo na fase adulta, principalmente quando ele não se manifestou na infância. Alguns dos indícios que apontam para o diagnóstico de TEA, principalmente na fase adulta, são:



– dificuldade durante a vida toda de interagir com outras pessoas e manter relacionamentos;



– dificuldade de olhar nos olhos;



– dificuldade de entender figuras de linguagem;



– presença de gestos repetitivos ou expressões verbais atípicas;



– apego a rotinas e/ou padrões ritualizados de comportamento;



– recordações do desenvolvimento infantil, como a de que houve um atraso no início da linguagem.



Tendo em vista a longevidade do TEA e suas possíveis implicações no envelhecimento dos indivíduos, Silva (2017) conduziu um estudo que teve por objetivo investigar as características do envelhecimento de pessoas com TEA e dos tratamentos oferecidos a indivíduos adultos com esse transtorno. Os assistidos mais velhos dos participantes tinham entre 30 e 59 anos (54,1%), tinham grau severo de TEA (41,3%) e eram dependentes de outras pessoas em algumas tarefas (57,8%). Por meio dos resultados, conclui-se que o envelhecimento dessa população ainda é pouco explorado e que é preciso estudar mais este processo. A autora sugere a realização de estudos longitudinais para averiguar os efeitos das intervenções em longo prazo visando obter dados sobre a efetividade das terapêuticas, para adequar os serviços oferecidos a essa população e aumentar a qualidade de vida e oportunidades deles e de suas famílias.



Se você conhece algum caso de autismo que foi diagnosticado somente na vida adulta ou velhice, comente aqui conosco.






Fonte



American Psychiatric Association (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed). New York: APA.



Centers for Disease Control and Prevention – CDC (2014). Prevalence of Autism Spectrum Disorder Among Children Aging 8 years – Autism and developmental disabilities monitoring netwotk. Morbity and Mortality Weekly Report, 63 (2), 1-21.




https://www.grupoconduzir.com.br/como-lidar-com-adultos-que-tem-autismo/



https://autismoerealidade.org.br/2019/10/31/se-descobrindo-autista-na-idade-adulta/


Silva, Caroline L. (2017). Vida adulta e envelhecimento com TEA: tratamento, prognóstico e dificuldades segundo profissionais. Dissertação de Mestrado em Ciências do Envelhecimento. Universidade São Judas Tadeu, São Paulo.


Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.

Idealizadora e Diretora da GeroVida – Arte, Educação e Vida Plena. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação - UNICAMP. Professora, Pesquisadora e Terapeuta em Homeostase Quântica Informacional, Instituto Quantum.  Até junho de 2019 desempenhava o papel de professora do Programa de Mestrado de Gerontologia da Universidade Ibirapuera, UNIB, SP. Curso de Extensão em Psicogerontologia, PUC-SP. Curso de Estimulação Cognitiva com ênfase em memória para idosos, Pinus Longaeva, SP.



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