Quando pensamos em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é mais comum associarmos com a infância. Isso porque, de modo geral, a manifestação de seus primeiros sinais ocorre ainda nos primeiros anos de vida. Além disso, não há ainda muitos estudos que avaliem o autismo do ponto de vista do adulto e do idoso.
O TEA é um distúrbio do desenvolvimento neurológico, cujos sintomas envolvem a presença de padrões de comportamentos, interesses e atividades repetitivos e restritos e também déficits persistentes na comunicação e interação social (American Psychiatric Association – APA, 2013). Os sintomas variam em graus de severidade, que podem ser alternados ao longo do tempo, a depender do contexto em que o indivíduo está inserido e se estendem por toda a vida, prejudicando diferentes âmbitos do desenvolvimento e do funcionamento diário do indivíduo (Centers for Disease Control and Prevention – CDC, 2014).
Um filme muito interessante que mostra um pouco da superação de limites do autismo é o “Temple Grandin”. Baseado em uma história real, o filme conta a trajetória de Temple Grandin, que é professora de Ciência Animal da Universidade do estado do Colorado e especialista em manejo de bovinos, métodos de abate humanitário e bem-estar animal. Sua mãe, mesmo com a recomendação médica de interná-la em uma instituição por causa do autismo, insiste em proporcionar-lhe educação formal. Em uma escola para crianças superdotadas é encorajada por seu professor de Ciências, que percebe seu talento em “pensar em imagens e conectá-las”, e a incentiva a prosseguir sua educação em uma universidade.
Muitos são os sintomas para identificar o autismo na fase adulta, principalmente quando ele não se manifestou na infância. Alguns dos indícios que apontam para o diagnóstico de TEA, principalmente na fase adulta, são:
– dificuldade durante a vida toda de interagir com outras pessoas e manter relacionamentos;
– dificuldade de olhar nos olhos;
– dificuldade de entender figuras de linguagem;
– presença de gestos repetitivos ou expressões verbais atípicas;
– apego a rotinas e/ou padrões ritualizados de comportamento;
– recordações do desenvolvimento infantil, como a de que houve um atraso no início da linguagem.
Tendo em vista a longevidade do TEA e suas possíveis implicações no envelhecimento dos indivíduos, Silva (2017) conduziu um estudo que teve por objetivo investigar as características do envelhecimento de pessoas com TEA e dos tratamentos oferecidos a indivíduos adultos com esse transtorno. Os assistidos mais velhos dos participantes tinham entre 30 e 59 anos (54,1%), tinham grau severo de TEA (41,3%) e eram dependentes de outras pessoas em algumas tarefas (57,8%). Por meio dos resultados, conclui-se que o envelhecimento dessa população ainda é pouco explorado e que é preciso estudar mais este processo. A autora sugere a realização de estudos longitudinais para averiguar os efeitos das intervenções em longo prazo visando obter dados sobre a efetividade das terapêuticas, para adequar os serviços oferecidos a essa população e aumentar a qualidade de vida e oportunidades deles e de suas famílias.
Se você conhece algum caso de autismo que foi diagnosticado somente na vida adulta ou velhice, comente aqui conosco.
Fonte:
American Psychiatric Association (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed). New York: APA.
Centers for Disease Control and Prevention – CDC (2014). Prevalence of Autism Spectrum Disorder Among Children Aging 8 years – Autism and developmental disabilities monitoring netwotk. Morbity and Mortality Weekly Report, 63 (2), 1-21.
Silva, Caroline L. (2017). Vida adulta e envelhecimento com TEA: tratamento, prognóstico e dificuldades segundo profissionais. Dissertação de Mestrado em Ciências do Envelhecimento. Universidade São Judas Tadeu, São Paulo.
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