Você já pensou sobre o tema sexo na velhice?

por Gigi em 28 de fevereiro de 2017
Roberta dos Santos Tarallo

Gerontóloga

Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.

Em algumas datas como Carnaval ou Dia dos Namorados, as emoções, sentimentos, sensações e desejos corporais e sexuais são mais explícitos nas mídias e tendem a aflorar e influenciar o íntimo das pessoas, inclusive, dos idosos. A sexualidade é um tema que deve ser refletido em todas as etapas do envelhecimento.

A sexualidade envolve rituais, linguagens, representações, símbolos; resultados de múltiplos e profundos processos culturais. Por meio dos vários aspectos, os corpos ganham sentido; a definição de gênero é feita conforme cada cultura, bem como as identidades sexuais são estabelecidas, moldadas e codificadas por diversos fatores.
Nesse sentido, a sexualidade vai além da constituinte biológica do ser humano, é determinada por elementos psicológicos e sociais. Há várias formas de viver prazeres e desejos corporais. As manifestações, sonhos e fantasias estão sempre abertos para as possibilidades de realização sexual.

A sexualidade está nas experiências amorosas que permitirão a cada um, em sua singularidade, construir formas preferenciais de satisfação. Para além do biológico, a sexualidade pode se transformar em outros meios de expressão sublimatória, via atividades criativas, artísticas ou na convivência com grupos de amigos e familiares, em que a ternura, o toque e as fantasias dão vazão ao prazer, ao simbólico, ao significativo.
Ao longo do processo do envelhecimento humano, há ressignificações imaginárias e simbólicas sobre o corpo e afins. Quando, por ventura, as funções orgânicas alteram o desempenho sexual, decorrente de mudanças hormonais ou alguma doença específica, a libido, ou seja, a energia sexual que privilegia o aparelho genital para sua realização, retorna seu investimento a outras zonas do corpo, ressignificando o prazer, encontrado em outras formas erógenas, como o toque, a delicadeza de toda sensibilidade.

Desse modo, resgatar o direito da pessoa a uma vida sexual é essencial e implica pensar o amor em suas formas de transformação libidinal, ou seja, outras formas de amor, que passam pela ternura, pelos contatos físicos que erogenizam o corpo, ou seja, despertam o erótico no corpo como o olhar, o cheiro, o toque, a voz.
O idoso não deixa de amar, mas reinventa formas amorosas, re-engendrando a vida em suas infinitas possibilidades. Uma vez que o amor pode ser compreendido em suas manifestações eróticas, podendo ser ligado ao afeto ou outras expressões. As funções orgânicas e vitais, por vezes perdidas encontram formas compensatórias e sublimatórias de realização, o que implica a relação com um outro.
O que interfere na vida sexual do idoso está além das limitações orgânicas; é de ordem psicológica e social. As crenças, os condicionamentos, os preconceitos existentes sobre a sexualidade, como a chamada andropausa no homem e a menopausa na mulher, também são responsáveis pelas dificuldades existentes que podem aparecer.

Lembre-se de que a sexualidade está para além da relação sexual e o amor não tem limite de idade.

Participe também, deixe sua opinião, sugestão e críticas.
Até a próxima!




Referências

Sueli Souza dos Santos. Sexualidade e Velhice. In: FREITAS, E. V. Tratado de Geriatria e Gerontologia, 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, cap.138, pp.1542-1546, 2011.
Guacira Lopes Louro (org.). O Corpo Educado: Pedagogias da Sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 3 ed., 2013.

Foto por Hugo Chisholm

Roberta dos Santos Tarallo

Gerontóloga

Mestra em Gerontologia pela UNICAMP. Professora de Cursos Livres da empresa GeroVida. Voluntária da Associação Brasileira de Alzheimer, sub-regional Campinas.

Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.

Idealizadora e Diretora da GeroVida – Arte, Educação e Vida Plena. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação - UNICAMP. Professora, Pesquisadora e Terapeuta em Homeostase Quântica Informacional, Instituto Quantum.  Até junho de 2019 desempenhava o papel de professora do Programa de Mestrado de Gerontologia da Universidade Ibirapuera, UNIB, SP. Curso de Extensão em Psicogerontologia, PUC-SP. Curso de Estimulação Cognitiva com ênfase em memória para idosos, Pinus Longaeva, SP.



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