O artigo de hoje vai tratar de uma DISFUNÇÃO COGNITIVA muito prevalente na população idosa. Além das demências, que são síndromes que se instalam de maneira lenta e progressiva, observa-se frequentemente quadros de CONFUSÃO MENTAL SÚBITA, que evoluem dentro de poucas horas, podendo persistir por dias ou meses, sendo geralmente TRANSITÓRIOS. Trata-se do Delirium, alteração que comumente desencadeada pela presença de infecções (ex: urinária, pulmonar), dor, constipação intestinal severa, desidratação, hipoglicemia, descompensação de doenças crônicas, estresse emocional ou privação de sono; durante internações hospitalares ou em instituições de longa permanência; pelo uso de contenções mecânicas ou após quedas e cirurgias.
Esse distúrbio prejudica a capacidade de manter a atenção em um diálogo, gera desorientação no tempo e espaço, altera o padrão do sono (troca do dia pela noite), podendo modificar a personalidade e capacidade de demonstrar afeto e desencadear alucinações, delírios e paranóias. Os pacientes podem permanecer hipoativos (quietos, isolados, com olhar parado) ou em hiperatividade (agitação e falas desconexas). Além disso, o delirium é flutuante e mais intenso à tarde e à noite.
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Dentre os fatores que predispõe ao seu aparecimento, podemos citar:
– Doença neurológica prévia
– Internações hospitalares prolongadas ou recorrentes
– Debilidade severa
– Idade avançada
– Deficiência visual ou auditiva
– Polifarmácia (sedativos, ansiolíticos, antidepressivos ou antipsicóticos)
– Abstinência de álcool ou drogas
Até metade dos idosos que permanecem internados desenvolvem algum grau de confusão mental
O idoso internado tem sua rotina bruscamente alterada e costuma ficar a maior parte do tempo restrito ao leito, sem contato com o ambiente externo. Para prevenir o aparecimento de confusão mental aguda recomenda-se evitar longos períodos de internação e de uso de cateteres e sondas, administração excessiva de medicamentos (principalmente drogas psicoativas) e imobilidade. A atenção deve ser redobrada para manter bons hábitos de sono, controle nutricional e das funções urinárias e intestinais. Em caso de dor, ela deve ser manejada adequadamente. Mesmo no hospital, o paciente deve ser estimulado a usar seus óculos e/ou próteses auditivas e a realizar atividades que fazem parte da sua rotina (tv, leitura, palavras cruzadas, música, jogos, atividades manuais) e socializar com as pessoas.
O tratamento deve ser direcionado à doença ou condição que desencadeou a disfunção cognitiva. Lembrando que no caso de infecções, elas podem não ocasionar febre ou queixas específicas ou evidentes, e o aparecimento do delirium pode ser a única manifestação de um quadro infeccioso em curso.
A investigação da origem do delirium pode exigir, além avaliação médica inicial, exames laboratoriais como hemograma, prova de função renal, hepática, tireoidiana, de eletrólitos, glicemia, urina, gasometria, eletrocardiograma e radiografias.
Em alguns casos a condição pode evoluir para casos de demências irreversíveis, como em AVC’s, a depender da gravidade da lesão neurológica e do tratamento oferecido.
Imagem por: Freepik
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https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1252/delirium.htm
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