Gentileza, tolerância e paz, uma realidade distante?

por Gigi em 9 de dezembro de 2021
Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.


De coração, quero acreditar que a resposta para essa pergunta seja NÃO!



E por que estou escrevendo sobre isso?



Para quem não sabe, no dia 13 de novembro comemorou-se o Dia Mundial da Gentileza e no dia 16 de novembro o Dia Mundial da Tolerância. Além disso, no dia 27 de novembro fui convidada a participar de um Fórum sobre Envelhecimento e Cultura de Paz. 



Desde então, essas questões ficaram aqui mexendo com meus pensamentos…



Depois disso, participei de uma reunião com mais de 120 pessoas em que tínhamos que decidir algumas questões para o bem comum de todos os envolvidos. Em um local em que se espera encontrar acolhimento e empatia, encontramos hostilidade e falta de respeito. 



Claro que não de todas as pessoas, mas doeu meu coração ver o quanto várias pessoas ali não sabiam ou não conseguiam lidar bem com as diferenças de opiniões e isso tem sido um reflexo do que vem ocorrendo em nossa sociedade. Vivemos em tempos diferentes, em que o respeito parece que não está ocorrendo mais… 



Esse é um lado da minha reflexão, o outro é o quanto de mortes temos presenciado nos últimos tempos, pessoas que saem para trabalhar e não voltam, pessoas que estão bem em casa e apresentam um pequeno mal estar, vão ao hospital e não voltam, pessoas que vivem em baixas condições de vida, pessoas que adoecem e não conseguem se recuperar… Estamos vivendo diariamente e não percebemos que, muitas vezes, fazemos uma curva no caminho sem saber o que vem do outro lado. 



Às vezes é melhor desacelerar, andar devagar na curva para conseguir enxergar o que está vindo do outro lado… que tentemos olhar para as situações externas e refletir se tem algo ao meu alcance que possa ser feito, se sim, mãos à obra, senão, que possamos olhar para tais situações apenas como movimento. Que possamos cuidar de nós mesmos e dos que estão ao nosso redor, pois a vida é muito curta, num piscar de olhos, podemos ser nós que não voltamos mais para casa, e aí, terá valido a pena ter vivido até esse momento?



Essa época do ano é sempre muito propícia a repensarmos nossa vida de forma mais profunda. 



Será que conseguimos viver em paz diante de tantos conflitos e adversidades?



Para mim, a paz é um estado interno de tranquilidade, mesmo em meio às turbulências e problemas externos, internamente conseguir manter uma serenidade para lidar com as pessoas e circunstâncias ao nosso redor. Nem sempre é fácil e, talvez, não consigamos esse equilíbrio a todo o momento, mas é possível desde que tenhamos a vontade e disposição para esse propósito. Vamos conseguir isso sozinhos? É uma possibilidade, porém se não lhe for possível, que tal buscar ajuda? 



Nas atividades que realizo, busco ajudar as pessoas a olharem para dentro, compreendendo o processo de envelhecimento como algo natural em nossas vidas e, assim, vivenciar a velhice com mais aceitação e amorosidade. 



Pensarmos o que cada um de nós pode fazer para melhorar nossa condição de vida. Como podemos lidar com nossos traumas, dores, doenças e limitações e, ainda assim, não SER essa doença, pois somos algo maior e, com o desenvolvimento do amor próprio podemos vivenciar esse estado de paz de forma mais plena, contribuindo também para compreender e lidar melhor com as diferenças, com mais respeito e tolerância com pessoas e situações que são diferentes daquilo que eu acho certo. É um exercício que acredito ser possível quando queremos de verdade!



Leita também: Longevidade, mais Vida nos anos que estão por vir






Imagem por: Freepik


Wanda Patrocinio

Idealizadora e Diretora da GeroVida. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação, todos pela UNICAMP. Atua no setor de ILPI há mais de 10 anos.

Idealizadora e Diretora da GeroVida – Arte, Educação e Vida Plena. Pedagoga, Mestre em Gerontologia, Doutora em Educação - UNICAMP. Professora, Pesquisadora e Terapeuta em Homeostase Quântica Informacional, Instituto Quantum.  Até junho de 2019 desempenhava o papel de professora do Programa de Mestrado de Gerontologia da Universidade Ibirapuera, UNIB, SP. Curso de Extensão em Psicogerontologia, PUC-SP. Curso de Estimulação Cognitiva com ênfase em memória para idosos, Pinus Longaeva, SP.



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