Em texto de Beltrina Côrte (2020), o termo ageísmo, do inglês ageism, foi criado por um estudioso pioneiro no tema, o psiquiatra americano Robert Butler, em 1969, com base na palavra age (idade em inglês), para descrever o preconceito que a sociedade tem contra pessoas mais velhas. A tradução do termo para o português passou a ser ageísmo para alguns e idadismo para outros. É um termo que se refere a atitudes e práticas preconceituosas/ discriminatórias em relação às pessoas idosas (e ao processo de envelhecimento) e as práticas institucionais e políticas que perpetuam os estereótipos sobre essas pessoas.
Segundo Vieira (2018) o desprestígio de características físicas das pessoas idosas e a associação destas a perfis socialmente desvalorizados, como os de incompetência e improdutividade, são um fenômeno evidente, que implica menosprezo ao grupo e diminuição de seu status social.
O idadismo / ageismo é um preconceito que, de certa forma, foi normalizado pela nossa sociedade e nem percebemos, como nas seguintes frases: “Ah, você já não tem idade para esse tipo de trabalho”; “Nessa idade, vestir essa roupa, onde já se viu!” Nossa, você tem 65 anos, não parece!”. Será que você já falou algumas dessas frases ou outras com conotação parecida? Ou será que já pensou isso e não verbalizou?
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Veja o caso de dona Maria, 65 anos, nascida em uma família com poucos recursos econômicos, que não foi provida totalmente com alimentação e condições sociais para nutrir sua saúde física e emocional. Teve que trabalhar desde cedo para ajudar a família e, por isso, não teve acesso à educação. Cresceu com a saúde fragilizada e já na vida adulta apresentava doenças como diabetes e hipertensão. Ao entrar na velhice, começou a apresentar problemas de memória e uma demência foi diagnosticada.
Por outro lado, temos a dona Rosa, 65 anos, nascida em uma família com bons recursos econômicos, que lhe proveram de alimentação e cuidados para que nutrisse uma saúde física e com suporte social. Teve acesso à educação, estudou, brincou, cresceu forte e com saúde. Na vida adulta conseguiu um trabalho que a satisfazia e continuou sem qualquer tipo de doença. Ao entrar na velhice, pode aproveitar essa fase com mais vitalidade, autonomia e independência.
Quantas Marias como essa não existem no mundo? Quantas Rosas como essa também estão por aí? Ambas com 65 anos, mas também temos outras pessoas, com outros nomes, outras idades, vivenciando outras realidades. E cada um de nós vai vivenciar o seu envelhecimento de acordo com esses fatores, considerando as vantagens ou desvantagens econômicas, as condições de saúde e sociais que vivenciamos, como olhamos para nossa vida, se com otimismo, gratidão, vigor, apatia, pessimismo… tudo isso independe de idade.
Todas as possibilidades existem de vivenciar a velhice considerando todos esses fatores… o que precisamos é encontrar meios para vivenciar cada fase de nossa vida da melhor forma possível. Por isso, daqui pra frente, pense melhor se seus comportamentos ou de pessoas ao seu redor estão embutindo o idadismo / ageísmo. Precisamos compreender a vida em sua totalidade, respeitando as pessoas independente da idade que carregam!
Imagem por: freepik
Fonte:
VIEIRA, Rodrigo S. S. Idadismo: a influência de subtipos nas atitudes sobre os idosos. Bahia, 2018. Tese (Doutorado em Psicologia). Instituto de Psicologia, Universidade Federal da Bahia, Bahia, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28506.
Texto de Beltrina Côrte (2020) disponível em: https://redebemestar.com.br/cuidado/ageismo-idadismo-etarismo-idosismo-o-que-significam/
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