O outono chegou já há algum tempo, mas nas últimas semanas temos notado suas características alterações no clima: diminuição gradual da temperatura, dias mais secos (com menor umidade relativa do ar), aumento da poluição atmosférica e aumento dos ventos.
As alterações climáticas, e assim como as alterações fisiológicas do envelhecimento favorecem o desenvolvimento de algumas patologias respiratórias nos idosos, principalmente os institucionalizados, aos quais as condições de moradia coletiva das Instituições de longa permanência de idosos (ILPIs) são um fator de risco significativo.
O envelhecimento fisiológico interfere de forma negativa na resposta do sistema imunológico, tornando o idoso mais suscetível a infecções virais como a gripe. Associando isso à proximidade física de indivíduos mais vulneráveis e à ambientes fechados (pela queda da temperatura), o índice de síndromes gripais (vírus influenza) e resfriados (rinovírus, parainfluenza ou por alguns tipos de adenovírus) aumenta significativamente.
O alto índice de poluentes e poeira no ar, também gera uma inflamação das vias aéreas superiores e, por vezes, uma inflamação sistêmica, levando os idosos mais propensos a resposta alérgicas a desenvolverem rinites, sinusites não infecciosas, faringites etc.
A queda imunológica fisiológica associada à queda decorrente do enfrentamento das infecções virais e das inflamações alérgicas favorece o alojamento e proliferação de bactérias que causam pneumonia e sinusite.
A gravidade desses quadros vai depender muito da reserva funcional e biológica desses indivíduos, mas como o público institucionalizado, ainda, é majoritariamente mais dependente, os idosos residentes de ILPI tendem a ter quadros mais graves, com maior morbimortalidade, precisando de cuidados mais intensivos e especializados. Por isso precisamos estar alerta para tratamento e intervenções precoces, além da atuação preventiva, o que exige um esforço conjunto e coordenado de toda a equipe da ILPI
A prevenção irá evitar que esse quadro se desenvolva enquanto o tratamento precoce irá evitar que o quadro se agrave e seja necessária a internação hospitalar e todos seus efeitos deletérios à saúde do idoso. Para tal, é necessário a educação de toda a equipe para que as medidas preventivas sejam adotadas e os primeiros sintomas sejam identificados.
-Manter boa hidratação do organismo;
-Evitar o fumo dos residentes e funcionários dentro das instalações da ILPI;
-Evitar ambientes com muita poeira e fumaça;
-Manter os ambientes arejados;
-Realizar a manutenção e higiene do ar-condicionado (quando disponível e utilizado);
-Quando necessário aquecimento dos ambientes, umidifica-los;
-Lavar as mãos com frequência;
-Manter idosos e funcionários sintomáticos com distanciamento dos demais residentes;
-Garantir qualidade de sono, alimentação e atividades físicas;
-Manter calendário vacinal em dia – Consulte o calendário da Sociedade Brasileira de Imunizações;
Sinais e Sintomas de gripe:
-Febre alta, tosse, dor de cabeça, dores pelo corpo, secreção nasal e fraqueza
-Tosse, dor de cabeça, coriza, congestão nasal e febre (que pode ou não estar presente, e quando está, geralmente é baixa)
-Coriza, coceira nasal e dos olhos e congestão nasal
-Dores de cabeça, coriza, tosse, obstrução nasal e, raramente, febre (nos casos de sinusite infecciosa)
-Tosse produtiva, dispnéia, aumento da frequência respiratória, febre, alteração do estado de consciência, dor no peito ventilatório-dependente, alteração do ciclo sono-vigília e do apetite.
Ao identificar os sintomas, eles devem ser notificados para as equipes de saúde e os tratamentos iniciados. Hoje, com a disponibilidade de equipes de home care disponibilizadas pelos convênios médicos, os programas de desospitalização e as equipes interdisciplinares disponíveis nas ILPIs, os tratamentos mais avançados como medicação por via intravenosa, ventilação não invasiva, oxigenoterapia, etc, podem ser disponibilizadas no ambiente institucional, melhorando a resposta terapêutica e o estado de saúde psicossocial.
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Imagem por: Freepik
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