Dia 24 de junho comemora-se o dia mundial de prevenção de quedas em idosos. A data foi criada pela Organização Mundial de Saúde e incorporada ao Calendário da Saúde do Ministério da Saúde.
O índice de quedas em idosos no Brasil e no mundo é muito alto, sendo que em nosso país, de acordo com o Ministério da Saúde, a cada 15 segundos, 1 idoso é atendido em um serviço de emergência em decorrência de uma queda. Muitos casos exigem internação, intervenção cirúrgica, geram perdas funcionais, dependência física e psicológica, além de óbito. Sendo assim, as quedas em idosos são consideradas um problema de saúde pública.
Primeiro é fundamental definirmos a queda, pois muitas são subnotificadas e, portanto, mal manejadas e prevenidas. O Ministério da Saúde define queda como: “Deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais comprometendo a estabilidade”. Muitas pessoas só consideram a queda quando o idoso vai ao chão. Mas quedas menores geram tantos traumas quanto, devendo, portanto, ser notificadas a equipe de saúde que poderá atuar de forma preventiva. Principalmente ao considerarmos que o idoso que sofre uma queda tem grande chance de sofrer novas quedas.
A queda no idoso é um evento multifatorial, estando relacionado à diversos fatores de risco, e muitas vezes, a soma de diversos fatores, sendo alguns deles:
– idade (quanto maior, maior o risco);
– alterações sistêmicas relacionadas ao envelhecimento fisiológico;
– multi comorbilidades;
– gênero, etc..
Fatores Comportamentais:
– polifarmácia;
– tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas;
– sedentarismo, etc..
Fatores Ambientais
– baixa iluminação;
– degraus;
– irregularidades no piso;
– mobília;
– Pets, etc..
Fatores socioeconômicos
– baixa renda;
– baixo grau de educação;
– baixa rede de suporte socio-familiar, etc..
As quedas têm consequências imensuráveis na saúde do idoso, na comunidade e na família, dependendo do mecanismo de queda, da reserva funcional do idoso pré-queda, das sequelas da quedas, da capacidade de resiliência do idoso e sua rede de suporte sócio-familiar
Agora vamos falar um pouco sobre as consequências das quedas:
– fraturas (sendo a principal a de fêmur) e luxações com consequente imobilismo e suas complicações;
– lesões de pele;
– trauma craniano e suas sequelas neurológicas;
– Síndrome do medo de cair.
Todas elas, resultam em redução da independência, autonomia e funcionalidade, que podem ser definitivas, ou não, gerando sobrecarga financeira e social aos serviços de saúde, comunidade, família e sociedade.
As quedas podem e devem ser prevenidas através de uma boa avaliação do indivíduo e do perfil da população idosa de determinada região, através do controle dos fatores de risco. A prevenção das quedas vai além da atuação da equipe de saúde, mas envolve comportamentos e políticas públicas e sociais.
Assista a Live: Um passo por vez, prevenção de quedas em idosos
Um dos grandes desafios para a efetiva prevenção de quedas é a mudança no comportamento da sociedade que ainda acredita que é normal o idoso cair. Esse pensamento tem fortes efeitos negativos na prevenção, já que, ao considerar a queda algo NORMAL, a comunidade (inclusive o próprio idoso) não adere às mudanças preventivas e controle de fatores de risco, além de não tratar as quedas de forma adequada.
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Imagem por: Freepik
Referências
1 – Secretaria do Estado de São Paulo- RELATÓRIO GLOBAL DA OMS SOBRE PREVENÇÃO DE QUEDAS NA VELHICE – 2010
2 – Envelhecimento e quedas de idosos / Fátima de Lima Paula. – Rio de Janeiro : Apicuri, 2010
3- Buksman S, Vilela ALS, Pereira SRM, Lino VS,
Santos VH – Quedas em Idosos: Prevenção – Projeto Diretrizes; Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia; 2008
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