9 passos para o banho correto em pessoas idosas

por Gigi em 13 de setembro de 2017
Rita Cassia Ismail

Enfermeira (COREN: 0148972)




Temos sempre que avaliar as necessidades e as limitações das pessoas idosas. O mais importante é permanecer fazendo as rotinas como sempre fez, desde que a pessoa consiga, assim promovemos qualidade de vida e bem-estar.



Dentro dessas rotinas, hoje vamos falar sobre o banho. Temos dois tipos de banho mais comuns, são eles: aspersão (banho de chuveiro) e no leito ou na cama.





Mas qual é o melhor banho a ser dado?




Deve ser avaliado diariamente, um dia a pessoa idosa pode estar mais cansada, indisposta e outros dias mais ativa. Se consegue se comunicar, pergunte para a pessoa, deixe ela decidir, é muito importante participar dos cuidados do dia a dia. Se caso este não consegue contactuar, então temos que avaliar e se questionar: “a pessoa que vai dar o banho, está sozinha? Quem vai receber o banho tem força para ajudar? Tem como se locomover? Consegue sair da cama e sentar na cadeira? Tem alguém que auxilia e que tem habilidade? ” São várias questões que devemos nos perguntar antes da escolha do tipo do banho, porque a pessoa idosa tem que ser transportada, no caso do banho de aspersão, e o risco de queda é muito frequente e pode causar danos graves.



Se você não tem habilidade, não faça sozinho! Procure ajuda. É necessário proporcionar maior segurança à pessoa idosa e para evitar danos à saúde do cuidador.



O objetivo do banho é proporcionar higiene e bem-estar, remover sujeira na pele (células mortas e micro-organismos) e odores desagradáveis, estimular a circulação, relaxamento muscular e, favorecer a transpiração.




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Sobre o banho no leito/cama




Antes de iniciar o banho no leito/cama, prepare todo o material que vai utilizar como:  jarro de água morna, 2 bacias, luva de banho ou tecido bem macio, sabonete líquido ou barra (preferência de uso infantil), roupas de cama (lençóis e toalhas), roupas da pessoa, comadre, luvas de procedimento, creme hidratante sem álcool, shampoo, condicionador, creme para prevenção de assaduras, pasta e escova de dente e, um plástico para cobrir o colchão.



A higiene deve sempre ser iniciada pela sequência cabeça-pés (céfalocaudal). Então, vamos lá!



1- Lavar as mãos;



2- Colocar as luvas de procedimento;



3- Com um pano molhado e pouco sabonete, faça a higiene do rosto, passando o pano (luva de banho ou tecido) no rosto, nas orelhas e no pescoço. Enxágue o pano em água limpa e passe na pele, até retirar toda a espuma e secar bem;



4- Lavagem dos cabelos: cubra com plástico um travesseiro e coloque a pessoa com cabeça apoiada nesse travesseiro que deve estar na beirada da cama, coloque a bacia embaixo, molhe a cabeça com água e um pouco de shampoo, massageie o couro cabeludo e derrame a água aos poucos até que retire a espume, se necessário passar condicionador;



5- Lave e enxague os braços, não se esqueça das axilas, as mãos, tórax, barriga e pernas. Seque bem, passe desodorante, creme hidratante e vai cobrindo as partes que já fez a higiene com toalha ou lençol. Nas mulheres ou pessoas obesas, atentar para as dobras de pele e, abaixo da mama para não ter problemas como micose e umidade excessiva;



6- Coloque os pés em uma bacia com água morna e sabonete,  lave bem entre os dedos. Secar bem e não passar creme entre os dedos, somente embaixo e em cima do pé;



7- Vire a pessoa de lado para lavar as costas, seque e massageie levemente com creme hidratante para ativar a circulação;



8- Deitar novamente a pessoa com a barriga para cima, colocar a comadre e fazer a higiene íntima. Na mulher é importante lavar a vagina da frente para trás, assim se evita que a água escorra do ânus para a vulva. No homem é importante puxar a pele (prepúcio) do pênis.  A higiene das partes íntimas deve ser feita no banho diário e também após a pessoa urinar e evacuar, assim evita umidade, assaduras e feridas.



9- Todas as partes do corpo devem ser higienizadas com água e sabonete, após enxaguar e secar bem.




Dicas



-Não usar sabonete colorido, com cheiro forte e antimicrobiano (mais informações no post: “Saiba quais cuidados devemos ter com a pele dos idosos“)



-Não usar nenhum tipo de óleo com a finalidade de hidratar (óleo não hidrata);



-Deixar a pessoa sempre coberta, evitar que outras pessoas fiquem entrando no quarto no período que estiver dando o banho ou realizando troca, respeitar a privacidade. Observar e avaliar a integridade da pele (cor, temperatura, hidratação e inchaço – estes, podem ser indicativos de lesão de pele);



-Realizar tricotomia (raspagem dos pelos) facial, axilar, pernas ou até mesmo em região pubiana para facilitar a higienização;



-Roupas: a pessoa idosa, doente ou debilitada pode ter a capacidade diminuída de perceber ou de expressar as sensações de frio ou calor. Por isso é importante que o cuidador/ familiar fique atento às mudanças de temperatura. Não espere que a pessoa manifeste querer vestir ou despir agasalho, as roupas devem ser simples, confortáveis e de tecidos próprios ao clima, dando-se preferência aos tecidos de algodão. As roupas com botões, zíperes e presilhas são mais difíceis de vestir, por isso dê preferência às roupas com abertura na frente, elástico na cintura e fechadas com velcro®.



-Sempre que possível é importante deixar a pessoa escolher a própria roupa, passar batom, colocar brinco, entre outros acessórios, pois isso ajuda a preservar a sua personalidade, eleva a sua autoestima e independência.



Alguma dúvida? Deixe seu comentário ou sugestão!






Imagem por: Freepik


Rita Cassia Ismail

Enfermeira (COREN: 0148972)

Graduada pela Fundação Educacional de Fernandópolis - SP, Educadora em Diabetes, qualificada pelo Projeto Educando Educadores em 2008, Especialista em "Unidade Cardiológica e Hemodinâmica" pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP em 2010 e, "Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior de Profissionais de Saúde" pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca - ENSP - FIOCRUZ em 2010, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP/ SP em 2015 e atualmente Coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Paulo - Unimed Araraquara



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