DICAS DE APLICAÇÃO IMEDIATA SOBRE COMO ESTIMULAR O IDOSO

por Gigi em 12 de março de 2020
Renata Sollero

Fisioterapeuta e Especialista em Uroginecologia


No post anterior você conferiu a importância e os benefícios da autonomia e independência na Terceira Idade. Mas, na prática, o que deve ser feito?



Leia Mais: AUTONOMIA X INDEPENDÊNCIA: DIFERENTES, MAS ESSENCIAIS PARA QUALIDADE DE VIDA



Permitir que, o idoso exercite suas habilidades físicas e cognitivas, favorece a criação de um ambiente favorável e que o idoso se posicione de maneira a potencializar as capacidades dele.



OBSERVE ELE FAZENDO SOZINHO



Antes de ajudar, avalie:



  • O que a pessoa consegue fazer SEM AJUDA? Mesmo que devagar.
  • Em que ela precisa de AJUDA MÍNIMA? calça o sapato ou veste a camisa, mas não consegue amarrar os cadarços, fechar o zíper ou botão.
  • O que ela FARIA SOZINHA, se recebesse algumas instruções de como fazer? Como a ordem dos ingredientes de uma receita.
  • Em que ela é independente, mas que COM VOCÊ POR PERTO a atividade é mais segura? Por exemplo, caminhar na rua.
  • Quais atividades você realiza e a pessoa PODERIA PARTICIPAR? Ir à padaria, descascar frutas, entre outras.
  • O que a pessoa NÃO CONSEGUE MAIS REALIZAR, e que a tentativa a deixa frustrada ou agitada, ou lhe oferece risco?


Lembre-se, limitação é diferente de incapacidade! Baseado nessa observação, você começará a compreender como deve ajudar.



ORGANIZE A CASA



  • Os objetos necessários para as tarefas do dia a dia devem estar visíveis e ao alcance da mão (itens de banho, escova de dente, toalha, ingredientes ou lanches prontos: pão, manteiga, biscoitos, frutas, louças e talheres, etc).
  • Retire o que possa ser distração durante a atividade a realizar como, a tv ligada, música alta e tudo aquilo que não será usado naquele momento.
  • Torne os ambientes seguros para o idoso possa circular sozinho. Elimine tapetes, verifique se o chão está seco, retire as chaves das portas, desligue o gás. Para maior segurança, cogite instalação de antiderrapantes, corrimão, grade nas janelas e estimule o uso da bengala quando indicado.
  • O espaço onde ele vive deve ter a cara dele, mesmo que seja um quarto numa instituição de longa permanência.


SUPERVISIONE AO INVÉS DE FAZER POR ELE



  • Permita que a pessoa sirva sua refeição e apenas observe ou a acompanhe durante a refeição. Indique os alimentos que ela se esqueceu de colocar, com doçura e discrição.
  • Redobre a atenção quando a pessoa entrar no banheiro, fique ligado.
  • Ao invés de dar o banho, fique por perto. Diga a ela o que deve fazer ou indique as partes do corpo que ela se esqueceu de lavar.


FAÇA SUA INTERVENÇÃO PARECER NATURAL



  • Em caso de dificuldades no vestuário, coloque as peças na ordem de vestir em cima da cama (sem que a pessoa perceba).
  • Sugira atividades que ele goste, mas antes faça as adaptações que julgar necessárias.
  • Dê responsabilidades a ele como, lavar as louças do café, fazer diariamente o resumo das notícias, alimentar os pássaros entre outras.
  • Sugira que organize sua rotina, escolhendo suas tarefas, e utilize agenda, planilha ou um quadro visível.
  • Peça conselhos e opiniões, de forma que a pessoa passe a se sentir útil.


DÊ COMANDOS SEM SER NOTADO



  • Aproveite para exercitar noções de direita/ esquerda, cores, temperatura, nomes de objetos, flores, letras, contas.
    • Ex: “Seus óculos estão atrás desse vaso de rosas. O banheiro fica à esquerda.”
    • “Você acha que o café está quente?”
    • “Papai, se o leite custa 1,50, quanto dinheiro preciso levar para comprar 6 leites?”


NÃO TENHA PRESSA



Comece a exercitar esses aprendizados quando não está atrasado ou com compromisso marcado.



SOCIALIZAR É PRECISO



Conviver com familiares, amigos e vizinhos. Mas também frequentar clubes, academia, grupo de tricô, trabalho voluntário, bingo, coral, viajar…



RESPEITE



  • Há particularidades, preferências, necessidades e desejos do indivíduo, lembre-se disso mesmo quando a pessoa for totalmente dependente e sem autonomia.
  • Deixe-o escolher sempre que for possível, para que não perca essa capacidade. Caso precise, perguntas com duas opções de resposta (macarrão ou sopa; sim ou não; essa roupa ou aquela) facilitam.
  • Debata com a família sobre a necessidade de procuração para quando a pessoa não conseguir mais escolher e responder por ela. Em alguns casos, assinar o nome pode se tornar um desafio.
  • Informe-se sobre Diretivas Antecipadas de Vontade.


Leia Mais: VOCÊ SABE O QUE É CURATELA?



TENHA EQUILÍBRIO



Direcione suas ações de acordo com as necessidades da pessoa
cuidada e avalie os risco e benefícios. Até onde a pessoa pode decidir? Quais
atividades acabam sendo estressantes pela dificuldade apresentada?



Coloque as dicas em prática e, se precisar, deixe suas dúvidas nos comentários.






Imagem por:  Luizmedeirosph Pexels



Referências: Experiências da própria autora.


Renata Sollero

Fisioterapeuta e Especialista em Uroginecologia

Fisioterapeuta pela Universidade Federal de MG, Especialista em Uroginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas de MG. Experiência na Assistência à Terceira Idade (individual e em grupo) há mais de 13 anos. Consultora em Gestão do Cuidado do Idoso e Segurança e Funcionalidade do Domicílio.



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