No post anterior você conferiu a importância e os benefícios da autonomia e independência na Terceira Idade. Mas, na prática, o que deve ser feito?
Leia Mais: AUTONOMIA X INDEPENDÊNCIA: DIFERENTES, MAS ESSENCIAIS PARA QUALIDADE DE VIDA
Permitir que, o idoso exercite suas habilidades físicas e cognitivas, favorece a criação de um ambiente favorável e que o idoso se posicione de maneira a potencializar as capacidades dele.
OBSERVE ELE FAZENDO SOZINHO
Antes de ajudar, avalie:
- O que a pessoa consegue fazer SEM AJUDA? Mesmo que devagar.
- Em que ela precisa de AJUDA MÍNIMA? calça o sapato ou veste a camisa, mas não consegue amarrar os cadarços, fechar o zíper ou botão.
- O que ela FARIA SOZINHA, se recebesse algumas instruções de como fazer? Como a ordem dos ingredientes de uma receita.
- Em que ela é independente, mas que COM VOCÊ POR PERTO a atividade é mais segura? Por exemplo, caminhar na rua.
- Quais atividades você realiza e a pessoa PODERIA PARTICIPAR? Ir à padaria, descascar frutas, entre outras.
- O que a pessoa NÃO CONSEGUE MAIS REALIZAR, e que a tentativa a deixa frustrada ou agitada, ou lhe oferece risco?
Lembre-se, limitação é diferente de incapacidade! Baseado nessa observação, você começará a compreender como deve ajudar.
ORGANIZE A CASA
- Os objetos necessários para as tarefas do dia a dia devem estar visíveis e ao alcance da mão (itens de banho, escova de dente, toalha, ingredientes ou lanches prontos: pão, manteiga, biscoitos, frutas, louças e talheres, etc).
- Retire o que possa ser distração durante a atividade a realizar como, a tv ligada, música alta e tudo aquilo que não será usado naquele momento.
- Torne os ambientes seguros para o idoso possa circular sozinho. Elimine tapetes, verifique se o chão está seco, retire as chaves das portas, desligue o gás. Para maior segurança, cogite instalação de antiderrapantes, corrimão, grade nas janelas e estimule o uso da bengala quando indicado.
- O espaço onde ele vive deve ter a cara dele, mesmo que seja um quarto numa instituição de longa permanência.
SUPERVISIONE AO INVÉS DE FAZER POR ELE
- Permita que a pessoa sirva sua refeição e apenas observe ou a acompanhe durante a refeição. Indique os alimentos que ela se esqueceu de colocar, com doçura e discrição.
- Redobre a atenção quando a pessoa entrar no banheiro, fique ligado.
- Ao invés de dar o banho, fique por perto. Diga a ela o que deve fazer ou indique as partes do corpo que ela se esqueceu de lavar.
FAÇA SUA INTERVENÇÃO PARECER NATURAL
- Em caso de dificuldades no vestuário, coloque as peças na ordem de vestir em cima da cama (sem que a pessoa perceba).
- Sugira atividades que ele goste, mas antes faça as adaptações que julgar necessárias.
- Dê responsabilidades a ele como, lavar as louças do café, fazer diariamente o resumo das notícias, alimentar os pássaros entre outras.
- Sugira que organize sua rotina, escolhendo suas tarefas, e utilize agenda, planilha ou um quadro visível.
- Peça conselhos e opiniões, de forma que a pessoa passe a se sentir útil.
DÊ COMANDOS SEM SER NOTADO
- Aproveite para exercitar noções de direita/ esquerda, cores, temperatura, nomes de objetos, flores, letras, contas.
- Ex: “Seus óculos estão atrás desse vaso de rosas. O banheiro fica à esquerda.”
- “Você acha que o café está quente?”
- “Papai, se o leite custa 1,50, quanto dinheiro preciso levar para comprar 6 leites?”
NÃO TENHA PRESSA
Comece a exercitar esses aprendizados quando não está atrasado ou com compromisso marcado.
SOCIALIZAR É PRECISO
Conviver com familiares, amigos e vizinhos. Mas também frequentar clubes, academia, grupo de tricô, trabalho voluntário, bingo, coral, viajar…
RESPEITE
- Há particularidades, preferências, necessidades e desejos do indivíduo, lembre-se disso mesmo quando a pessoa for totalmente dependente e sem autonomia.
- Deixe-o escolher sempre que for possível, para que não perca essa capacidade. Caso precise, perguntas com duas opções de resposta (macarrão ou sopa; sim ou não; essa roupa ou aquela) facilitam.
- Debata com a família sobre a necessidade de procuração para quando a pessoa não conseguir mais escolher e responder por ela. Em alguns casos, assinar o nome pode se tornar um desafio.
- Informe-se sobre Diretivas Antecipadas de Vontade.
Leia Mais: VOCÊ SABE O QUE É CURATELA?
TENHA EQUILÍBRIO
Direcione suas ações de acordo com as necessidades da pessoa
cuidada e avalie os risco e benefícios. Até onde a pessoa pode decidir? Quais
atividades acabam sendo estressantes pela dificuldade apresentada?
Coloque as dicas em prática e, se precisar, deixe suas dúvidas nos comentários.
Imagem por: Luizmedeirosph Pexels
Referências: Experiências da própria autora.